quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Maratona até à Neve

Boas a todos!

Como o título diz, hoje vamos abordar um dos temas quentes da actualidade, ou melhor, um dos temas mais frios da actualidade - o rigor deste Inverno, pautado por alguns nevões em sitios pouco habituais. A nossa cidade não foi excepção. No dia 20, quando menos esperava, até porque não estava um dia particularmente frio, ao sair do Hospital depois de uma noite de trabalhinho, fui brindado com este espectáculo branco que me surpreendeu, não só a mim, como a muitos albicastrenses apanhados de surpresa, pela queda, por vezes intensa, desses belos flocos de neve. Pena não ter durado mais, nem se ter acumulado por ai, senão mesmo nesse dia tinha ido pedalar, tal é a vontade que tenho (tinha!!) de fazer uma avaria dessas.

Ora se na terça nevou aqui, muito mais terá nevado... na Gardunha, pois então! Quarta-feira é dia de pedalada ali prós lados da Pires Marques, e secretamente até tinha pensado em ir até lá, mas tinha que estar em Castelo Branco ás 13 horas, pelo que seria algo apertado ir lá e voltar antes desse timing. Mas...
Mas havia mais pessoal a pensar como eu! O Pedro Barroca não perdeu a oportunidade e desafiou mesmo a malta a irmos até lá. Ora se a vontade era muita, porque não?!... Bora lá que se faz tarde!

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E foi um bocado tarde que já saimos daqui. Eu (FMike), o AC e o Sales tivemos que esperar no café do Golfinho até ás 08:30 pelo, justificadamente atrasado para a partida, Pedro Barroca que esteve de noite a trabalhar. Maluqueiras que eu também ás vezes faço, por paixão assolapada ás bikes... O objectivo foi logo delineado - ir ver a neve à Gardunha e voltar, no meu caso, a tempo de ir buscar a minha filha à escola, ou seja, estar cá ás 13 horas... Era ambicioso mas exequível.

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Chegado o Pedro e já com uma dose de cafeína no bucho e plenos de entusiasmo de irmos lá acima, depressa demos inicio à pedalada, pelo famigerado frigorifico, entrando nos estradões que nos levaram a Alcains em velocidade de cruzeiro bem marcada, proporcionada pela talega em alta rotação, embora algumas manifestações de ovelhas hoje tendessem a atrasar-nos. A partir de Alcains, começaram a ser frequentes as poças de água congelada a dar o mote das temperaturas que a noite tinha proporcionado. Que bem me sabia o cachecol, que hoje adicionei ao meu equipamento de ciclista. Também eu estava pronto para o assalto aos cafés!

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A partir da zona da Folha da Lardosa, a lama começou a ser mais que muita, proporcionando para além de um aumento da exigência fisica pelo pesado do terreno, alguns momentos divertidos a par das primeiras banhocas de lama no corpinho... Entramos na Lardosa pela zona do Campo de Futebol, mas hoje nem houve direito a Tá-se Bem nem nada. O tempo urgia!

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Com o Sales a dar o mote, sempre com a talega a puxar, rapidamente chegamos à Soalheira, apesar do vento gelado que se fazia sentir e ainda por cima em sentido contrário ao nosso movimento... tudo a ajudar! Nesta pacata aldeia, hoje encolhida pelo frio e onde não se via quase vivalma, aproveitamos para ir ao barzito dos Bombeiros, onde fizemos uma pausa para vitaminar o corpinho, que a subida que se avizinhava era bem exigente. Bons momentos de paleio, acompanhados de coca-colas, barritas, bolachinhas e no meu caso de 2 (sim duas!) sandochas, aconchegaram o fatinho para a festa que ai vinha.

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Retomadas as energias, dali a S. Fiel foi outro instantinho, embora o vento teima-se em fazer-nos companhia. Malandro! Chegados às portas do colégio, enveredamos então pela bonita, mas exigente subida que nos levaria até à Casa do Guarda, lá bem para cima nas Faldas da Gardunha.

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Pé ante pé, ou melhor, pedal ante pedal, cada um ao seu ritmo, lá fomos vencendo as curvas de nível, em trilhos algo pesados pela chuva dos últimos dias, até que começou a surgir por entre os matos e as rochas a nossa querida amiga neve. Sim, ali estava ela, a derreter lentamente, embelezando a paisagem, fazendo-nos sorrir como garotos (que somos!) Tempo para fazeremos algumas fotos e contemplações da paisagem deslumbrante ou simplesmente para recuperar o fôlego, entusiasmou ainda mais o grupo para a continuação da subida. Pouco a pouco, a lama dos trilhos começava a dar lugar ao fofo da neve alternado com algumas zonas de gelo, que brincavam com a nossa tracção.

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E chegados à Casa do Guarda foi o deslumbre total. Neve por todo o lado, para dar e vender. Bem... nalguns casos deu para fazer bonecos, para fazer de malabaristas, para brincar aos arremessos, que nalguns casos deu para refrescar o capacete, a cabeça e sei lá mais o quê de alguns mais distraídos que paparam umas boladas dos mais atrevidotes....eheheheh. Mas o relógio não parava, sacana. Até parece que acelerava! Bora lá continuar até ao Miradouro para descermos pelo outro lado, que isto ainda não acabou e Castelo branco é longe!...

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Da Casa do Guarda ao Miradouro a neve continuou a fazer-nos companhia, mas as melhores paisagens estavam mesmo lá em cima. Daquele singelo miradouro podia ver-se toda uma imensa vastidão de rocha e matos baixinhos, completamente absorvidos pela neve incólume que abundava. Um silêncio arrebatador que nos enchia os olhos, as digitais, e claro, a nossa alma de crianças. Apetecia continuar ali...

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Mas era preciso voltar. A hora H aproximava-se a passos largos e era preciso voltar. Agora esperava-nos uma espectacular descida até Castelo Novo. Contudo, deste lado, o gelo e a neve abundavam nos trilhos e pedalar nestas condições não era propriamente a nossa especialidade... para mim era mesmo uma estreia... Mas só as primeiras travadelas é que causaram alguma incerteza, até que lhe apanhar o jeito. O truque é nunca travar com o travão da frente e à entrada das curvas quando apanhamos o gelo, dar um cheirinho de travão a trás. A bike começa a deslizar lateralmente e à laia dos gajos dos rallyes, fazemos a curva toda de lado, usando o corpinho para curvar, saindo airosamente da curva. Um espectáculo de emoção. Num ápice, isto é em menos de um fósforo, chegamos cá abaixo e até apetecia repetir a proeza, apesar da emoção, do frio na cara e água e lama, muita mesmo, salpicada pelo corpinho todo.

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À entrada desta singular aldeia o inevitável aconteceu. Ao passarmos pela última zona de lama, o Pedro furou e furou a sério. Era preciso mudar câmara de ar e tudo. Atrasado como estava, decidi, a muito custo meu e sem problemas por parte dos outros companheiros, continuar, ficando eles para trás a resolver esta simples questão. Depois das despedidas habituais fiz-me à estrada, agora só na companhia do Sales que também tinha timing a cumprir. Ficaram o AC e o Pedro, que soube posteriomente que chegaram bem e sem mais precalços. Para eles o meu bem haja pela compreensão.

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Numa velocidade estonteante, sempre com a talega em esforço, km atrás de km, alternando posições, lá seguimos os dois viagem, sempre em alta, entrando em CBranco pelas 13:05 horas, 75 km nas pernas, 1000 m de acumulado e algumas caimbras a assolar o meu companheiro, mas com a alma plena de bons momentos e paisagens deslumbrantes e com o sentimento de dever cumprido. Hoje foi daqueles dias em que pedalar, foi mesmo um prazer e sobretudo um previlégio!

Fiquem bem e deleitem-se com as poucas, mas bonitas fotos de hoje.

FMike :-)

1 comentário:

Agnelo disse...

Ora muito bem, gostei de ver essa vontade e força por descobrir novas emoções em cima da bike. EU já este ano fiz muitos quilómetros em "chão branco", no Invernal da Guarda e posso afirmar que a sensação é muito gratificante, só ensombrada por alguns sustos que por vezes a neve, escorregadia, nos reserva. QUando vi nevar na 3ª feira ainda fiz contas para no fim de semana ir até à Gardunha, mas pelo que vejo neste momento já não sinal de neve por lá, esperemos que caia mais...

Abraço