segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Gardunha 1200

Finalmente o Outono chegara! Os dias quentes parecem mesmo fazer parte do passado do Verão que teimava em manter-se por cá! Com o Outono damos as boas vindas aos dias mais frescos, ao cair da folha e às cores magníficas que caracterizam esta época do ano! Eu pessoalmente adoro pedalar com este tempo!


Par dar-mos as boas vindas ao Outono, marcámos uma incursão pela bonita Serra da Gardunha, onde o objectivo era mesmo a diversão entre amigos, o desfrutar de uma espectacular zona para a prática do BTT e aproveitar em simultâneo para registar as magníficas cores outonais que vão começar a caracterizar a nossa natureza!


O ponto de encontro e também de partida para esta manhã, foi em Alcongosta, pelas 8:00. Implicou um acordar, ainda mais cedo que o habitual, mas, todos sabíamos que iria valer o sacrifício! E valeu a sério!


Ao todo, reuniram-se 10 pedalantes, com vontade de galgar algumas das zonas mais técnicas e mais bonitas desta Gardunha, tão bonita e tão perto de nós! Abílio Fidalgo, Agnelo Quelhas, Álvaro, Dário Falcão, João Valente, Luís Lourenço, Nuno Dias, Pedro Antunes, Pedro Roxo e Rui Salgueiro.


Com o relógio a passar poucos minutos das 8:30, abandonámos Alcongosta e começámos a subir a serra por asfalto durante 2Km’s, onde virámos para piso térreo que nos levaria à conhecida Casa do Guarda. Um aquecimento algo rápido, visto que a inclinação era considerável! Aqui a paisagem longínqua e em altura por toda a Cova da Beira começava a demonstrar que, defacto estávamos a pedalar em contexto de serra. Magnífico!


Em vertente ascendente continuámos em direcção ao ponto mais alto do dia, próximo dos 1200 metros. À medida que a altitude aumentava, surgia o nevoeiro, escondendo a longa subida que tínhamos pela frente, mas, também escondendo a espectacularidade da paisagem envolvente! Em tom de piada ainda houve quem dissesse… não se vê… imagina-se!!! Muito bom ambiente entre este colorido pelotão!


Encobertos em nevoeiro bastante cerrado e algum frio à mistura, com excepção para o Pedro Antunes, que ainda se mantém com o termorregulador programado para o Verão (joke!!!), começamos a descer para a vertente sul da Gardunha, em direcção a Castelo Novo. Esta zona de descida algo técnica e perigosa fez as delícias dos mais afoitos e também do Test Driver Pedro Roxo que trazia uma “Big Wheel” 29r! Era vê-lo galgar pedra, sem que os buracos fossem qualquer tipo de adversidade! Também quero experimentar uma “camioneta” destas… e em breve!!!!


Na zona do marco geodésico, onde se cruzam os caminhos vindos de Castelo Novo e São Fiel virámos à direita, para subir um pouco até apanhar-mos o trilho que desce para o Casal da Serra. Nestas zonas mais baixas, o esplendor das cores outonais começa a assumir a proporção que todos esperávamos! Muito bonito!


Com as proximidades do Casal da Serra, onde não entrámos no coração da aldeia, tomámos a direcção de um magnífico e algo perigoso single track por onde alguns já tinham passado numa das Voltas do amigo Pinto Infante.


Daqui seguimos em descida para o Louriçal do Campo, uma descida bastante divertida com algumas zona de areia a fazer ter atenção redobrada ao pessoal! Ainda assim a diversão foi garantida neste curvar e contra-curvar, por entre a vegetação outonal!


Depois de alguma hesitação no que toca ao local de abastecimento no Louriçal do Campo, lá assentámos arraiais num café local para trincar qualquer coisa e para 2 dedos de conversa fiada… ou mesmo 2 ou 3 disparates do Agnelo e do Fidalgo! Ehehehe…


Do Louriçal do Campo, fizemos ligação até à Póvoa da Atalaia, com paragem na ponte da Ribeira de Alpreade, onde fizemos uma original fotografia de grupo para a posteridade! Muito fixe!!


Seguiu-se a ligação a Alpedrinha, mais uma vez, com o Outono a mostrar todo o seu esplendor! A subida de Alpedrinha até à Curva grande fez-se por asfalto afim de evitar um sobe, sobe, desce, sobe… no entanto esta opção também não foi meiga!! O acumulado aumentou e no que me toca a mim… também o gozo aumentou!


Junto à Curva Grande, onde também temos uma vista privilegiada por toda a Cova da Beira e onde facilmente conseguimos identificar a Serra da Estrela, a cidade da Covilhã e mais perto, uma típica aldeia beirã, o Alcaide, virámos à esquerda para entrar de novo em percurso de terra.


Sucedem-se algumas rampas de trilho técnico, algumas delas bastante acentuadas e passam-se diversas zonas de mata de carvalho, repletas de folha caída! Para mim umas das zonas mais bonitas que percorremos nesta manhã! Antes da descida final para Alcongosta, passámos pela caçada medieval que liga esta aldeia a Alpedrinha.


Com as 13.00 quase a bater no campanário da aldeia, chegámos às viaturas de apoio! A opinião era unânime, tinha sido uma manhã impecável de BTT, com um espírito muito positivo e animado, e com São Pedro a ajudar e a poupar-nos sem uma única pinga de água! Fantástico!


A expectativa era grande para o dia de hoje e em nada saiu defraudada. O Agnelo traçou um percurso equilibrado, acessível a todo o grupo e com passagem em zonas de ímpar beleza! É disto que a malta gosta! Aguardamos pela próxima aventura já no próximo fim-de-semana, 30 de Outubro, no local habitual – Centro Cívico de Castelo Branco pelas 8:00.

Até lá…
Boas pedaladas
João Valente
Gardunha 1200

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Valmourão "landscape"...

8 dias passados desde a visita à Serra do Moradal e a sua paisagem envolvente (“Moradal Landscape”), hoje, queríamos mais do mesmo! Para onde virar azimutes? Simples… basta abrir o vasto site do geocaching.com e sucessivos destinos nos surgem… todos eles capazes de nos fazer transpirar, divertir e aventurar em cima de uma bicicleta!


Na boa companhia do FMike e com o mote de fazer a despedida deste Verão tardio, dando em simultâneo as boas-vindas a este Outono quase Inverno, decidimos rumar a uma zona de esplendoroso valor paisagístico - Vale Mourão!


As Portas de Almourão ou Vale Mourão situam-se entre Sobral Fernando (Proença-a-Nova) e a Aldeia do Xisto Foz do Cobrão (Vila Velha de Ródão). A paisagem, essa continua selvagem, magnificada pelas escarpas quartzíticas, pelas imponentes dobras tectónicas e pelo profundo rasgão na paisagem que é o Vale do Ocreza. A diversificada paisagem geológica suporta ecossistemas muito bem preservados, dos quais se salienta a importante área de nidificação de aves de rapina. Do ponto de vista arqueológico, destaca-se o conhal de Sobral Fernando, antiga exploração aurífera romana de aluvião e as lendárias galerias subterrâneas de origem desconhecida que se encontram ao longo da margem direita do Ocreza. Um tesouro mesmo aqui pertinho de nós!


Com a saída de Castelo Branco pelo IP2, depressa cruzámos Alvaiade e mais depressa ainda chegámos ao Miradouro sobre as Portas de Vale Mourão, onde pudemos apreciar uma vez mais todo este esplendor paisagístico. Também aqui demos lugar ao nosso “tempo geocaching”, desta vez com uma geocache cultural relativa às dobras tectónicas e demais fenómenos geográficos bem patentes nas íngremes e escarpas das encostas desta zona.


Ainda podemos observar, indagar e opinar acerca da dúvida instalada em torno da futura Barragem do Alvito. Irá perde-se uma das importantes referências patrimoniais do território dos concelhos de V.V. de Ródão e Proença-a-Nova, monumento do Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional, integrado na rede Europeia de Geoparques. Lamenta-se que a este facto não tenha sido dada a merecida relevância em matéria de protecção do património. Poderá ou irá (?) perder-se um vale de grande beleza sem que saibamos ainda se os ganhos hidroeléctricos irão ser realmente relevantes. Fica a dúvida/ inquietação no ar!?!


Da Foz do Cobrão, tomámos rumo em direcção a Alvaiade, pela antiga Estrada CM1355, virando depois para Tavila, e suas sucessivas descidas até Vila Velha de Rodão, onde parámos para abastecimento na Bolaria Rodense, palco habitual de paragem dos asfálticos.


Daqui até à cidade de Castelo Branco, sabemos que a subida é inevitável, optando assim pela vertente Coxerro - Cebolais de Baixo - Retaxo e Represa. Na zona da Serrasqueira, onde a inclinação é mais desconfortável trocámos conhecimento com um Peregrino de Santiago, Victor Lavoura, caminheiro de muitos dias desde Olhão rumo a Santiago de Compostela! Vale a pena espreitar o seu cantinho da blogosfera (AQUI) onde relata as suas aventuras diárias e em solitário! Não é para todos!


Com a aventura deste homem no nosso pensamento, seguimos rumo até à Represa onde parámos para cumprimentos familiares e respectivo “abafadinho”, marca da casa! Ahhhhhh! Que bela pomada! Era tempo de seguir para a cidade!


As 12.30 quase batiam no relógio quando entrámos em Castelo Branco, com quase 80Km’s bem desfrutados ao longo desta manhã já de Outono… mas ainda com muito sabor a Verão! Venham mais como esta!

João Valente

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Trilhos da Raia - Reportagem LocalVisão

Boas amigos

Uma curiosidade que encontrei na net..

Deixo aqui o video da reportagem da LocalVisão sobre os VII Trilhos da Raia, onde estão em grande plano alguns companheiros habituais do BTT - Fidalgo, Marcelo, CLI, João Valente e mais uns quantos...



Abraço

FMike

domingo, 16 de outubro de 2011

Trilhos da Raia - 2011

Boas

Lá diz o Martinho Silva (o tipo que faz os anuncios do Continente) que há muitos hipermercados que se auto-publicitam como os mais baratos mas que na realidade são os estudos independentes a demonstrar que a grande superficie "dele" é que é realmente a mais barata... Tricas de publicitários... com algum fundo de verdade talvez!


Pois bem, cá pelo nosso cantinho pedalistico não há esse tipo de estudos independentes, mas temos a nossa realidade vivida, sentida quando vamos pedalar a algum lado. E há de tudo um pouco em termos de eventos organizados... Muito bom - volto pro ano!, bom - talvez volte... o assim-assim - se calhar não me apanham cá mais! e claro o mau - uma cruz na porta!


Muitos foram os eventos frequentados por nós ao longo destes anos todos ligados ás bicicletas, um pouco por todo o lado. Alguns nunca mais repetimos, outros deixaram-nos saudades, outros ainda fazemos questão de marcar presença, ano após ano.


Porquê? A verdade está no tal "estudo independente" que aqui nos diz não se é barato, mas sim se é bom. E os "investigadores" desses "estudos" foram simplesmente 800 pedalantes!... E a palavra final foi unânime penso eu. Basta olhar para a malta que terminava os trilhos com a face sorridente, ouvir a opinião positiva deste ou daquele amigo, passar pelos foruns da especialidade, ou melhor ainda, sentir na pele se essa qualidade estava presente... e estava bem presente! Como o Fidalgo diz: EESSPPÉÉÉTTTÁÁÁCCULLLOOO!


O representante da autarquia da vila disse logo no discurso de inicio do evento uma frase que me ficou a ecoar todo o dia nos ouvidos - "Benvindos ao concelho mais português de Portugal!" Bem se dúvidas houvesse bastava misturar-se na "multidão" garrida que se "atropelava" no pórtico da partida. Aqui havia um bocadinho de Portugal por todo o lado. A presença de ciclistas do norte ao sul "nacionalizou" este evento que aqui á uns anos era quase só nosso, beirão por excelência. Se isto não é sintoma de qualidade, capacidade organizativa, dedicação e muita humildade, alguém se chegue á frente e tente fazer melhor! Não consegue!


Pois bem, este definitivamente é um dos tais eventos que classifico de muito bom e que para o ano volto. E vou ter mesmo de voltar, pois este ano fiquei ligeiramente "aguado" e dai também este post ser um pouco mais curtinho.


Hoje tinha "a rédea curta", ou seja por motivos familiares tinha o tempo limitado, pelo que já me tinha decidido a ir somente á volta pequena dos 50 km, algo que nunca tinha feito neste belo evento, portanto uma estreia para mim e para o João. Mas o que não contava é que iria ser não uma volta pequena, mas sim uma mini-volta! ehehehe


Como habitualmente depois de um secretariado eficiente, do briefing inicial e de uma partida a horas, a malta embrenhou-se nos trilhos da Raia, com aquele gosto de sempre - uns depressinha, outros assim-assim, outros ainda a desfrutar, que era o meu caso, uma vez mais a bordo da minha Arábica SS, da qual já tinha saudades a ponto de estranhar a posição de condução elevada... parecia que ia num sofá...sem molas! Eeheheheh



A falta de chuva fez das suas, pois ainda mal tinhamos chegado ao Torrão, já ia a malta toda a cuspir terra tal era a poeirada que se fazia sentir nos trilhos... sem dúvida a parte "mais dificil" dos trilhos deste ano! E o grande responsável pela minha mini-volta!

Em bom andamento, sempre bem acompanhado pelo Rui na sua 29er, o Carlos Farinha, o João V. o Bruno e mais alguns amigos, fomos somando kms, parando eu aqui e ali para umas fotos para embelezar este post, apreciando os trilhos da Raia que não cansam!... há sempre mais um cantinho ou outro para descobrir!


Já depois de um par de subidas ali para os lados do Torrão. bem ao meu gosto e da mudança única da SS, surgiram algumas descidas bem adrenalinicas, que nos iam aproximando de Proença, quando entramos numa zona de regos de lama secos, bastante perigosos, para quem os conhece, pois basta tentar sair de um deles que é queda certa.


Quase já no fim dessa "regueirice" deparo-me com o amigo Pinto Infante com cara de caso... e com a dissipação do pó, um camarada caido no chão... Bem, lá tivemos de intervir e ajudar o companheiro caido, pois inspirava alguns cuidados!


Entre as dificuldades inerentes de trazer uma ambulância até ao local - honra seja feita aos esforços da organização e dos Bombeiros da Idanha, lá conseguimos encaminhar o rapaz para o hospital e segundo "informações previligiadas" afinal não passou tudo de um susto, á mistura com alguns pontos e de certeza muitas dores no corpo. Só acontece a quem gosta  e anda nestas coisas!


Depois de todas estes precalços fiquei eu, o Pinto e o Nelson sozinhos, mesmo na cauda do pelotão, ultrapassados até pelo vassoura... Acabamos por ir até Proença onde a malta do abastecimento esperou por nós (obrigado!) e onde depois de ponderarmos o avançado da hora e os quilómetros que ainda nos faltavam, decidimos regressar a Idanha por estrada onde chegamos perto das 12 h e com pouco mais de 35 km andados... uma estreia absoluta para mim! eheheheheheh


Mas fiquei a saber uma coisa... isto de chegar cedinho tem algumas vantagens... tive bebida fresquinha á chegada, lavagem sem fila para a minha bike, um balneário de água quentinha só para mim e tempo suficiente para ver chegar alguns amigos á meta... acho que "me habituava a esta vidinha!"


Com alguma da malta amiga já reunida (malta dos 50km), lá fomos provar o porco no espeto, que mais uma vez estava divinal, com direito a repetirmos e tudo... uma imagem de marca que fica e que relembramos ano após ano!


Ora com tanta "repetidela" de porco, o calor que se fazia sentir e a muita "desidratação" da malta, começou a implicar um vai-vem constante até á "barraquinha" dos "sumos da Vialonga" para repormos os niveis do liquido amarelado até que... até que o "amigo responsável pela torneira", com receio que ficassemos desidratados, veio até á nossa mesa e deixou-nos lá esta bela garrafinha á disposição... ora digam-me lá onde é que há um evento que nos faça disto????? 


Termino com os sinceros parabéns á organização, que mais uma vez soube trazer com qualidade, muita gente de todos os cantos do pais até á Idanha, para um evento daqueles... Há poucos com este nivel de qualidade e dedicação. Para o ano haverá mais e lá estaremos novamente!

FMike :-)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Moradal "landscape"...

Apesar de termos ainda na memória os Caminhos do Tejo e ansiarmos os já afamados Trilhos da Raia 2011, hoje dia 13 de Outubro, dia de trabalho hospitalar, mas apenas de tarde, fomos dar largas à vontade de pedalar e planeámos um roteiro a um ponto mais distante que o habitual - Serra do Moradal.


Eu (João Valente) e o Fernando Micaelo marcámos encontro em “poiso” habitual dos asfálticos, pelas 8:00, onde já por lá se encontrava o Sr. Joaquim Cabarrão, a Teresa Martins, o Sr. Monteiro e mais tarde chegaria o Sr. Fernando (Caraíbas Café) e por último o apelidado “Ti João dos Escalos”. Este grupo de cicloturistas decidiu acompanhar-nos até à zona da Paiágua, evitando depois a subida progressiva da N112 que continua pela frente!


Com andamento bastante moderado lá fomos galgando km’s, com apenas uma paragem na Lameirinha para o café matinal onde se trocaram as habituais “larachas” alusivas ao mundo das 2 rodas e também à crise nacional que a todos… ou quase todos apoquenta!


Daqui em diante, eu e o FMicaleo seguimos já sozinhos ao nosso ritmo até ao cruzamento da Foz do Giraldo para depois cortármos à esquerda pela N238, até ao Miradouro da Serra do Moradal, a escassos 3 - 4 Km’s do Estreito.


A Serra do Moradal tem cerca de 915 metros e pertence à freguesia do Estreito, no Concelho de Oleiros. Corresponde a um alinhamento quartzitíco de 15 km’s de comprimento e orientação NW-SE e é constituída por rochas quartzíticas e xistosas datadas de há cerca de 479-430 milhões de anos a esta parte!


O Miradouro onde parámos, facilmente passa despercebido na magnífica envolvência paisagística que esta zona oferece! Só mesmo o Geocaching para nos dar a conhecer este local… e mais uma vez nos permitir absorver uma dimensão sublime de natureza que vai muito para além do alcance do nosso olhar! Fantástico!


Geocache descoberta e sandocha no “bucho”, rodámos 180º e o rumo à cidade albicastrense fez-se pelo mesmo roteiro afim de chegarmos a horas decentes para almoço! 87Km’s, com alguma inclinação constante em ambos os sentidos… associado a este calor incomodativo de Outubro, endureceram um pouco esta pedalada! Ainda assim… percurso de beleza cativante e em boa companhia! Em breve regressamos a esta zona!! Até lá...

Abraço a Todos
Vemo-nos na Raia entre os 800 participantes deste ano!
João Valente

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Trilhos da Raia à porta!

Pois é meus amigos, temos mais uma edição dos Trilhos da Raia á porta!


Como habitualmente lá estaremos a marcar presença, a "vestir o jersey", a rever amigos, a desfrutar dos excelentes trilhos e claro, plenos de gula, prontos para dar ao dente... Porco no Espeto!... Aí vamos nós!

Até domingo people!

FMike

PS: Já há ponto de encontro? Horas?

domingo, 9 de outubro de 2011

Fátima - Caminho do Tejo: Dia 2

A noite chegara… as emoções do primeiro dia ainda quiseram lutar contra o cansaço de um dia que começara bem cedo em Castelo Branco e se prolongara de Lisboa a Santarém nos primeiros 90Km’s do Caminho do Tejo… mas depressa o sono se apoderou da dupla BTTHAL! No Hotel Santarém… no coração da capital do gótico era agora tempo de recuperação para o Dia 2 da peregrinação!


Fugaz… rápida… assim foi a noite! Às energias recuperadas na companhia da almofada, juntámos-lhe um lauto pequeno-almoço… buffet de hotel! Resultado, energia a 100% para enfrentar a segunda etapa do Caminho do Tejo! Devidamente equipados com as cores BTT@Castelo Branco, fizemos a primeira fotografia do dia frente ao “albergue” - Hotel Santarém 4**** … “Peregrinos de Luxo”!!! Ehehehe… facilmente me habituava a esta vidinha de peregrino! Ehehehe…


Ainda antes de nos fazermos ao caminho propriamente dito, fizemos um pequeno roteiro por 3 locais de Santarém que tinham ficado debaixo de olho no dia anterior! Geocaches, claro! Um miradouro natural com vista privilegiada para o rio Tejo e lezíria ribatejana, um monumento ao “Homem de Abril”, patriota e revolucionário Salgueiro Maia e ainda 10 minutos de esplanada para a dose cafeínica pré-etapa em pleno Mercado Municipal onde se destacam as paredes adornadas do azul mosaico. Muito Bonito!


Com a “Vida” às costas (leia-se mochila de 2 dias) fizemo-nos ao Caminho! Este segundo dia deixa para trás as zonas mais urbanas e suburbanas dando lugar ao esplendor da natureza e ao verde… Na verdade, deixa também para trás a planície (até qu’enfim!!!) e surgem as colinas e a montanha (that’s the way we like!!!)


Com este segundo dia, a sinaléptica do Caminho do Tejo é reforçada e nas proximidades do Santuário de Fátima é tanta que até confunde!!! Nós, apesar de levarmos o track GPS’r sempre fomos dando um olho nas setas azuis… que salvo uma ou outra zona são coincidentes com o track disponibilizado no site da Associação de Amigos dos Caminhos de Fátima.


Nos primeiros km’s sentimos desde logo a classificação “Colinas” patente na Credencial do Peregrino, nas nossas perninhas. O sobe e desce, rompe pernas, é constante e sucede-se por vários km’s! Surge-nos um percurso com cheiro a BTT, em sítios longe de tudo, com passagem em aldeias onde não se passa nada! Advagar, Azóia de Baixo, Santos, Casais das Milhariças… são localidade que cruzam o caminho de Fátima. A descoberta de um carimbo para a credencial é quase tida como um brinde de sortudo!! Eheheh!


Os 28Km’s descritos na Credencial como “Colinas” culminam com a passagem em Arneiro das Milhariças e Chã de Cima, zona de peculiar beleza, com vista em altura e privilegiada para a imensidão de território sob os nossos olhos! Ali mesmo ao lado, surgem os típicos moinhos de vento no topo da colina altaneira. Um local ideal para uma “buchazita” e contemplação da paisagem!


A aventura era mesmo sem stress de tempo! Aqui não era necessário estarmos preocupados com as horas de sol e luz solar… como aconteceu nas aventuras Geo-Raid (que saudades!!!)! Assim sendo, tudo era pretexto para mais uma paragem, mais uma fotografia… ou mesmo mais um geocachezita, como foi acontecendo também neste segundo dia! O Miradouro de Chã de Cima… tem lá qualquer coisa escondida e nós quisemos achar o “tesouro”! Bem sucedidos, claro!


Poucos km’s depois surge uma das muitas zonas bonitas do percurso! A Praia Fluvial de Olhos de Água, na nascente do rio Alviela. Um óasis que ali se encontra longe de tudo… água límpida e translúcida… francamente apetecível para uma banhoca! Acabámos por resistir à tentação e seguir caminho! Fiquei com os olhos e o coração naquelas águas :(


Com a temperatura a rondar os 35ºC, iamos entrar nos derradeiros 30 km’s do percurso até Fátima… os km’s a que correspondem a categoria de “Montanha” na Credencial de Peregrino! Poderei mesmo dizer, que são os únicos km’s em que se pode falar de alguma exigência física! Não tenho bem presente o desnível acumulado destes 2 dias… mas certamente 85% do desnível faz-se nesta parte do percurso.


É a Serra de Santo António que temos diante dos nossos olhos! Antes de enfrentarmos as dificuldades optámos por parar na pequena localidade de Monsanto (muito longe da aldeia histórica com o mesmo nome!) e num pacato e simpático restaurante almoçamos tranquilamente… sem grandes exageros de comida! Tínhamos subida pela frente… muita subida!


A pendente a que estávamos habituados até aqui muda radicalmente e temos a sensação que pedalamos em direcção ao céu! Estamos em plena Serra de Santo António, no concelho de Alcanena! A rainha por aqui… além da altura, é a pedra! Tudo é pedra por aqui… quase impedindo a agricultura de cultivo! Apesar do inóspito pedregoso… tem a sua beleza particular!


Sensivelmente a meio da subida temos uma sinaléptica que conduz os peregrinos a pé, serra adentro por trilho não ciclável e os pedalantes pela opção mais longa, mas perfeitamente ciclável! A opção é de cada um! Lemos alguns relatos de quem optou por carregar a bike às costas durante quase 1 hora para poupar 5 ou 6 Km’s de percurso! Não vale mesmo a pena! Nós optámos por ir a “cavalo” ainda que mais longe! A temperatura, essa parecia cada vez mais alta… a pontos de haver striptease!!! Ah pois é!!! E não fui eu!!!


A conquista da Serra de Santo António culmina num parque de merendas vs miradouro, com uma magnífica paisagem sobre toda a encosta! Muito bonito! É estranho olhar em frente e parecer tudo tão plano, quando pedalámos tanto em subida para ali chegar! Eheheh! Decidimos encostar as bikes, contemplar e “caçar” mais um caixotinho aqui plantado sob as pedras!


Quem muito sobe… também muito desce! Foi mesmo isso que aconteceu… com uma fantástica vista sobre Minde, tínhamos uns bons km’s de veloz descida (quase 70Km’s/h) até esta localidade já bem próxima do nosso destino. Já começava a cheirar a Santuário de Fátima… Mas…


Mas… elas avistavam-se bem lá ao fundo! As nossas amigas, companheiras, e sempre aliadas das aventuras com”A”… Eram as eólicas ou aerogeradores! Significava isto que as dificuldades não tinham terminado por aqui! Havia mais uma penitência (leia-se subida) a cumprir! Serra de Aire e Candeeiros… aqui vamos nós!


Em pleno PNSAC (Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros), surgem estes maciços rochosos com uma elevação 679 metros, abrangendo os concelhos de Ourém, Porto de Mós, Alcanena e Torres Novas. A Serra de Aire e Candeeiros marca a fronteira entre o Ribatejo e o Oeste. Sabíamos que do outro lado do maciço estaria o Santuário de Fátima… tínhamos de transpor este obstáculo… seriam os derradeiros 16Km’s que ligam Minde a Fátima.


Embrenhados por entre a serra, passámos as localidades de Covão Coelho, Giesteira e Casal Velho, onde ainda recolhemos mais alguns carimbos simbolizando a nossa passagem por estas terras! A nossa aventura de 2 dias, pelo Caminho do Tejo estava mesmo a terminar! O que é bom… depressa acaba!


A zoada das eólicas trouxeram à memória as conquistas altaneiras da Lousã, Montalegre e Estrela… aqui o sabor é um pouco diferente! A exigência física não atinge níveis tão altos, sente-se mais o sabor da conclusão de mais um “caminho” percorrido na nossa Vida! Mais uns quantos km’s de introspecção, de pensar profundo, de enaltecer as pequenas coisas da Vida… Fazem-nos bem estes caminhos! Fazem-nos por de lado o supérfluo e enaltecer realmente os aspectos importante da Vida.


O Caminho “desagua” quase nas traseiras da nova igreja do Santuário de Fátima - A Igreja da Santíssima Trindade…. Mas a primeira visão é a do topo da Torre da Basílica de Fátima… rasgando o azul do céu! Foi neste momento que senti de novo aquela sensação excelente de concretização! Uma sensação que não consigo explicar bem em palavras mas que me enche o interior! Será a sensação de cumprimento? Êxito? Conquista? Penso que vai um pouco para além disso… De uma coisa não tenho dúvidas… é um sentimento que me fascina e vicia! Quero… queremos (tenho essa certeza) mais e mais aventuras destas!


Chegámos ao destino! Cumpríamos a ligação Lisboa - Fátima pelos Caminhos do Tejo! Entre “Caminho” e alguns desvios adicionais… cumprimos cerca de 160Km’s em 2 dias de conjunta peregrinação! À fotografia obrigatória com a Basílica em pano de fundo, seguiu-se o almejado e derradeiro carimbo do Santuário nas nossas credenciais. Estavam assim completas… para um dia mais tarde, abrir, observar e recordar o bom que foi mais este caminho!


Um aspecto curioso das nossas credenciais é a presença de uma pequena oração escrita! Tão pequena… mas com imensurável… conteúdo! Cito: “Senhor, por intercepção da Virgem Maria e de São Tiago, ajuda-nos a descobrir no caminho, quem somos, donde vimos e para onde vamos.” Na capela das aparições rezei…

Resta-me acrescentar em tom de “conclusão”, que não é mais que um “até já” ou “até à próxima”, uma palavra de gratidão, ao meu companheiro Fernando Micaelo! Palavras como entrosamento, cumplicidade, amizade e partilha surgem espontaneamente entre nós! Diria que são obrigatórias para podermos tirar o melhor partido de aventuras como esta! Certamente iremos manter este espírito nas muitas aventuras que ainda temos no “Caminho” que é a nossa Vida!

Apesar de já longo… não poderia deixar de prestar aqui a devida palavra de apreço e gratidão às nossas companheiras de diferentes “Caminhos” da Vida! São elas, as nossas esposas, Bárbara Rebelo e Céu Micaelo… que connosco também fazem equipa, no silêncio, na cumplicidade, na força, no ânimo e no incentivo à próxima aventura! Sem este apoio constante, seria difícil dar em frente passos como os que temos dado! Obrigado a vocês!


Na esperança de um dia voltar a este ou outro Caminho…
Aqui fica o meu saudoso… Ultreia!

João Valente

Caminho do Tejo - Dia 2