terça-feira, 17 de julho de 2007

Voltinha a 2 (Parte 1) - Pó & Terra

Irmãos do Crank

Hoje era um daqueles dias em que o corpinho ainda pedia descanso quando às 07 horas em ponto o relógio na sua eficiência mecânica me avisou estridentemente que eram horas de arribar. O cansaço acumulado de quem espere (e desespera!) por umas merecidas férias de Verão começa a pesar na hora de largar a enxerga. Hoje era um desses dias. Uma noite mal dormida (e muito curta!), associada à fresquidão da noite convidava a prolongar o tempo de permanência no leito, não fosse ser mais uma terça feira...

"Mas que raio", pensei eu, "o corpo não vai mandar mais que a vontade de ir para os trilhos!" Lesmice? Preguiça? Cama? Isso faz mal á saúde! A maioria das pessoas "morre" na cama! Toca a levantar, que o tempo urge e isso de chegar atrasado não fica nada bem! Lavar a cara para tirar as "remelas" dos olhos, forrar o estômago com qualquer coisita, atestar o camelbag com água qb e... bora lá!

08 horas e já lá estava! "Mas hoje sou o primeiro? Então e o resto da malta?" 2 minutos depois chega o amigo Cabaço. "Então cadê o resto da malta amiga do pedal?" pergunto eu... Alguns minutos á espera e chegamos á conclusão - "Hoje vamos só os dois" Ok, nop - "Destino?" - Procura de novos trilhos na zona entre os Maxiais e o Ponsul. Vamos a eles!

E assim foi. Depois do Valongo e junto à via férrea tivemos o primeiro encontro do dia - dois coelhos desgustavam o seu pequeno almoço quando foram interrompidos pela nossa passagem. Chegados aos Maxiais depressa descobrimos que a hora do dia ainda era mesmo muito matutina - Nem o café da terra ainda estava aberto!... Sem cafeína no sistema, sempre importante no doping legal, lá seguimos viagem pelos trilhos da maratona da ACCB em direcção ao vale do Ponsul.

Logo ai á saida tivemos mais um encontro com animais, presenças constantes na voltinha de hoje. Uma cabra vigiava as redondezas no cimo de um monte de estrume enquanto um agricultor meu conhecido emparelhava o burro para mais uma jorna. 25 centimos de conversa depois lá seguimos viagem. Passados alguns kilómetros encontravamos mais um coelho bravo, o terceiro do dia. Chegados a uma pequena ponte tivemos o encontro mais doloroso do dia. Enquanto faziamos mais umas fotos artisticas fomos atacados por umas vespas, de certeza do sexo feminino, tal elas apreciaram o nosso físico para nos espetar umas boas ferroadelas! Rapidamente chispamos dali, por uns trilhos que evidenciavam fraca presença humana por aquelas bandas tal era a maciçez do mato. Excelentes trilhos!

Foi aí que tivemos o encontro do dia, se calhar o encontro do ano! Mesmo junto a nós levantou-se um imponente veado, bem encimado por umas presas fantásticas e tal foi a atrapalhação que quase não tinhamos tempo do fotografar! Mas não escapou! A digital fez o seu seviço e registou o momento! Que beleza de bicho!! É por estas e por outras que andar de BTT nos faz levantar cedo da cama, nos faz sentir bem vivos, nos torna amantes da natureza! Bem demos mais umas voltas ás colinas sobranceiras na esperança de o voltarmos a ver ou a alguma fêmea mas nicles... não mais o vimos!

Com os Lentiscais ao fundo e um dos braços do Ponsul a brilhar aos nossos pés rumamos depois aos Casais Velhos, onde após algumas subiditas tipo parede decidimos vitaminar o corpinho. Chegados ás casas abandonadas foi disparar a digital a torto e a direito. Até tempo tivemos para tirar o pão do velho forno de pedra! Que património assim se desperdiça! Enfim, um sentimento que continuou ao passarmos no Monte Fagundes. Se fosse em Espanha isto já seria um belo empreendimento turistico, virado para o turismo natural, hoje tanto em voga!

Chegamos então a CBranco pelas 11:15 horas, com cerca de 40 km andados em ritmo bem lento, verdadeiramente stress off, complementado com bons encontros e boas paisagens e que terminamos com chave de ouro na Associação do Valongo com 2 minis bem geladinhas, verdadeiramente revigorantes!

Fiquem bem! Até á próxima!

FMike :-)

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