quarta-feira, 11 de março de 2015

Caminho dos Franceses - Versão 2015

Boas a todos!

Boas aventuras com bons amigos e familiares, seja a correr, andar ou a pedalar, são momentos que sempre que a minha "super-animadissima-vida" permite, faço questão de acompanhar e viver!


O "bocadinho" que temos de vida neste mundo, às vezes é pouco para tudo o que queremos abarcar e desfrutar. Volta que não volta, temos para o mesmo dia uma série de eventos ou aventuras, as quais não queremos perder nenhuma.


O passado domingo foi um desses dias! As "solicitações" eram mais que muitas! Havia motas, pedestre, até ponderei nao fazer nada e desfrutar de um verdadeiro dia de descanso. Mas não, isto de ficar parado não é bem comigo...


O Nelo lançou cá para fora, o repto de irmos revisitar alguns trilhos do Caminho dos Franceses que tinhamos pedalado em 2013, com algumas nuances novas, propostas pelo Carlos Gonçalves. E o repto foi aceite por uma mão cheia de rapazes cheios de vontade de ir ver aquelas bonitas paisagens.


Bem cedinho, eu (FMike), o Nelo, o Fidalgo, o Vasco e o Nuno Maia dirigimo-nos para Figueira de Castelo Rodrigo, onde já nos esperavam junto ao Convento de Sta Maria de Aguiar, o Carlos Gonçalves, o Carlos Gabriel, o Luis e mais 2 amigos da Guarda e Mêda.


Foto: AQuelhas

A saida de Figueira em direção à Espanha fez-se por uma série de trilhos, alternados com estrada (sem alternativa) até Almofala, local onde cruzamos o supostamente "renovado" GR22. A seguir a esta aldeia entramos num par de singles bem catitas que nos levaram até Escarigo, uma parte renovada do percurso de 2015.


Esta é a última localidade em Portugal sendo que entramos em trilhos espanhois até La Bouza, a primeira terra espanhola que passamos. Logo de seguida vem Puerto Seguro, onde podemos pareciar algumas particularidades do Caminho de Santiago, que nesta parte está bem evidenciado, com albergues antigos, hoje recuperados.


A partir daqui começa uma das partes mais "loucas" do percurso... a super adrenalinica descida até à Ponte dos Franceses sobre o rio Águeda, hoje cheia de sol, alguma lama escorregadia, alguns peregrinos, mas nada que impedisse desfrutar por ali abaixo! Uma loucura de paisagem, uma beleza impar, um hino a quem gosta de caminhar e pedalar! A conhecer sem dúvida!


A saida da ponte faz-se em direção a San Felices los Galegos, por uma verdadeira parede, quer pela inclinação, quer pela exigencia técnica para a fazer. Mas houve quem insistisse e consegui-se fazer ate ao fim. Por minha conta alternei algum pedestre, com muitas partes à força de pedal, que me fizeram ver uma coisa.... seja 26 ou 29, o importante é haver pernas! Sem elas, nada feito!


Em San Felices tivemos o primeiro momento cultural, onde com os bons conhecimentos do Carlos, fomos visitar o museu do azeite, um espaço cultural muito bem recuperado, a fazer lembrar o bonito lagar de Proença-a-Velha.


Como o calor ja apertava, tivemos logo por ali o 2.º momento cultural, com uma "Mahou" 5 estrelas, bem fresquinha num dos bares locais. Menos mal, para coonseguirmos ver "bem" o espetacular single track que fizemos ao sair daquela aldeia em direção a Ahigal Los Aceiteros.


Numa toada entre o sobe e desce, os "acumulados" iam-se somando, mas a boa disposição também e depressa chegamos a Sobradillo, uma bela aldeia, cheia de monumentos graniticos, a começar pela série de cruzes á entrada da aldeia, que demarcam bem o caracter religioso daquelas paragens.


Não paramos aqui, seguindo sempre pelas arribas do "Duero", aqui e ali brindadas com singles de enorme qualidade, mas pefeitamente cicláveis, ideiais para por os "cabelinhos em pé" aos mais medrosos e fazer subir e bem a adrenalina aos mais afoitos. Fantásticos!!!


Chegados à estrada C517 que leva diretamente a La Fregeneda, a opção lógica seria seguir por aqui, mas era estrada! Com o "dedo" do Carlos, alongamos o percurso inicial para conhecermos outra aldeia espanhola perdida nas arribas, Hinojosa de Duero, onde para de lá sair era preciso alguma "paciência"!


O Carlos avisou. O single é "extreme" ou seja, nalguns sitios é preciso um "kit de unhas" mas vocês vão gostar.... e gostamos, sinceramente! Não é um single fácil, mas que "aquece a alma" para quem gosta de dar umas pedaladas, ai isso aquece! Muito bom!


Segiu-se La Fregeneda onde não paramos, dada a vestuta quantidade de bares passivel de nos dar de comer e beber, pois eram mais que horas de almoço e queriamos algo mais sólido.


Sempre em toada descendente, avistamos o bonito Douro/Duero, entrecortado nas suas encostas ora com socalcos de vinha a perder de vista, ora com inúmeras amendoeiras em flor, a fazer lembrar as encostas nevadas da nossa Serra. Muito bonito!


Em pouco mais de 4 kms passamos do cimo da arriba a cerca de 500 m de altitude, até aos 140 metros ao nivel quase do Rio Douro, numa paisagem verdejante, sempre entrecortada aqui e ali com passagens mais aceleradas, mais uma vez, produtoras quanto baste, de adrenalina pura, sempre com os olhos cheios da bonita paisagem.


Em Barca d' Alva cruzamos o rio Águeda pela ponte nova, em direção ao mercado semanal, que ao domingo assume ali proporções de multidão em excursão e confusão confusa! O que vale é que a malta da zona conhece e depressa arranjamos um simpático café, com uma boa esplanada, onde pudemos desfrutar de da cerveja fresquinha e alguma comida sólida, pois as "agruras" do dia ainda nao tinham terminado.


Enquanto alguns "menos corajosos" ficaram por ali á espera do transporte rodoviário até Figueira, meia duzia de nós pegamos na bici e começamos a enfrentar os 21 kms de subida que nos esperavam entre vinhas, amendoeiras e oliveiras.


Sem grandes safanões (não era dia para isso), em ritmo certinho e pedalada certa, fomos vencendo sempre juntos os imponentes fragões, onde nem o ar corre e o calor já apertava. Nada que não se faça!. Cá em cima a paisagem muda radicalmente e parece que entramos nuam paisagem "lunar" pejada de rocha granitica por todo lado.


Bem na nossa frente, o "caroço" de Figueira de Castelo Rodrigo, lembrava-nos que a aventura estava quase no fim. Em cadência certinha, ate porque tinhamos a "2.ª parte" à espera, depressa fizemos os kms finais ate ao Pavilhao Desportivo, onde o Carlos tinha combinado para podermos tomar um duche e mudar de roupa. Um duche de água quente, diga-se, que soube pela vida!


Findo o retirar do pó do corpo, esperava-nos um petisco à antiga! Um café dos bons, daqueles que tem uma sala ao lado da cozinha, resguardada, onde pudemos apreciar umas boas moelas, a febra e a entremeada, em doses "industriais", capazes de alimentar "um quartel"! Tudo isto sempre com a boa da "mine" geladinha e claro bons momentos de risada, com o Fidalgo, como de costume, a animar as hostes!

Foto: C. Gonçalves

Um domingo excelentemente bem passado, na excelente companhia de bons amigos de sempre, animadas pedaladas e bons petiscos. Obg Carlos, Obg Nelo!!!

2 comentários:

Pinto Infante disse...

as fotos, como da outra vez falam por si,,,
mas o relatador é como sempre um prazer ler os belos posts colocados.
bela volta, bela prosa e belas fotos.
abraço
Pinto Infante

FMicaelo disse...

Obg amigo. Tens de lá ir connosco um dia destes. Está-se também a projetar para breve um CB-Marvão. Bora lá?