Boas a todos!
Há uns anos atrás um modesta série televisiva da RTP tinha por título “ A minha Sogra é uma Bruxa!” Depois de alguma ponderação decidi reabilitar esse titulo para o post de hoje, até porque… voei da minha bike abaixo… Mas já lá vamos!
Há uns anos atrás um modesta série televisiva da RTP tinha por título “ A minha Sogra é uma Bruxa!” Depois de alguma ponderação decidi reabilitar esse titulo para o post de hoje, até porque… voei da minha bike abaixo… Mas já lá vamos!
Como hoje a partir das 16 h, era dia de trabalho para mim, acabei por não me juntar ao grosso da malta que ia ao Paul optando por ir até ás Docas para as voltinhas domingueiras, até porque tenho sido um faltista de há algum tempo a esta parte.
De antemão já sabia que tinha companhia – o João Afonso que desafiei nos dias anteriores para “cozinhar” uma voltinha prós seus lados - zona das Sarzedas, um pedaço que conheço mal em termos de trilhos de BTT. E ele não se fez rogado. O “cozinhado” saiu “saboroso”, muito bonito de se ver e muito “exclusivo” em termos de singles… até parecia um prato gourmet personalizado para o cliente! Para nos acompanhar estava ainda o Álvaro já recuperado da sua lesão, perfazendo então o trio de hoje que se decidiu a viajar de “avião” pelos trilhos das Sarzedas.
Chegados ao Aeroporto das Docas o avião já estava à nossa espera para embarcarmos. Ora ora… um ultraleve ali estacionado na pista à nossa espera!
Mas o que é isto? Asas de lona? Chapa aparafusada com uns parafusitos? Cavilhas fininhas a segurar as asas? Ná ná… este avião é muito fraquinho! Antes prefiro a minha avioneta Trek.
E assim foi. Após verificarmos que a lista de passageiros estava completa para mais esta viagem, o João Afonso, o comandante hoje de serviço deu a ordem – “ All a board! We are going to lift off!” Hora Zulu 0815 TMG
Encaixamos os landing gear nos pés, colocamos as mãos no control yoke das nossas avionetas e descolamos com delicadeza, com os lemes de direcção virados ao single do Mac Donalds que assim partilhei com mais uns amigos.
Com um nível de voo a rondar os 300 e picos m de altitude dada pelo meu Oregon inclinómetro, consultamos a planilha de voo e estabilizamos a velocidade de cruzeiro nos 15 a 20 nós por hora em direcção ás Azinheiras, o primeiro turn coordinator que usamos para apontar as fuselagens à Represa, o local previligiado para o primeiro single do dia que fizemos num voo rasante.
O seguinte turn coordinator deu-se nos Amarelos, começando aí as minhas desventuras com pássaros (vulgo paus) a invadirem os meus reactores (vulgo transmissão) provocando algumas perdas de potência. Nada que não se resolva embora com sacrifico das minhas luvas, meias sujas de óleo… bahhhh!
Apesar de sobrevoarmos os Amarelos durante algum tempo a tráfego estava low pelo que seguimos viagem sobrevoando a Estação das Sarnadas, a entrada da Carapetosa, virando depois a manche em direcção á Praia Fluvial da Azenha do Gavião, um local que não conhecia.
A aterragem foi algo turbulenta fruto da qualidade da pista – pejada de seixos e areão muito solto, o que me dificultou a vida, até porque feito asinino tinha enchido os meus pneus até aos 40 psi, muito ar para tal pista.
Contudo o aeoroporto local era muito bonito, com direito e tudo a banho de pés, que cumprimos na íntegra até porque a água não estava demasiado fria. Um mimo! Pena este aeroporto vir a desaparecer nas futuras águas da barragem do Alvito!
Para fazermos um novo lift off tivemos que então heading ao longo de 30 metros a pé pois a pista proporcionava uma picagem acentuada, demasiada para as nossas avionetas.
Logo que atingimos uma superfície suficientemente aerodinâmica descolamos de novo agora em direcção às Ferrarias Fundeiras (velhas), mais uma aldeia fantasma, onde precedentemente tivemos direito a mais uns singles do baú do JAfonso. Soberbos!
Como o gas indicator começava a acusar um low level decidimos fazer uma aterragem no modesto café das Ferrarias Cimeiras onde em amena cavaqueira com a simpática dona desgustamos um cafezito e umas sandochas que permitiram repor o combustível nos depósitos.
Depois de mais um lift off fizemos um giro direccional para os trilhos nas proximidades do Outeiro tendo como objectivo as Garridas, sempre com muitos e bonitos singles, quando numa descida acentuada, o meu bordo de ataque a uma curva muito fechada não foi o melhor, provocando o resvalar do trem da frente no muito areão e seixos, entrando num rego, com consequente queda lateral da minha aeronave e do seu surpreso piloto. Nem tive tempo sequer de pensar e já estava no chão!
Contudo nada de grave aconteceu, mantendo-se a fuselagem intacta, com apenas uma ligeira riscadela no cromado do meu joelho direito e uma grande ferida no meu orgulho! Foi a minha terceira queda com a Trek, quando já não caía deste Julho do ano passado! Ora bolas! Dei cabo da estatística!
O voo continuou, atravessando a EN 547 (Acesso ao Vale da Sertã), já com o giroscópio preparado a um aproach a mais uma bonita aldeia fantasma, a aldeia do Malhadil, onde pudemos observar com alguma tristeza que os pinheiros já crescem no interior das casas abandonadas mas as ruas ainda têm iluminação pública! Que contraste!
Para ganharmos altura tivemos uma nova picagem a pé até atingirmos uma altitude de transição que nos permitiu ter uma paisagem privilegiada sobre todo o vale de Sto André. Bonito!
Com as Garridas ao longe, sobrevoamos as Barrocas, seguindo então até à Lomba Chã onde atestamos novamente os depósitos com umas colas e tal, com mais alguns dedos de conversa aos donos do café, conhecidos do João. Depois das despedidas, fizemos um novo lift off que entre outras pérolas permitiu visitar a aldeia das Versadas e Nave com mais uns singles curiosos que nos levaram inclusive a visitar o galinheiro de uma habitante local . Excelente!
Com os Vilares de Baixo lá longe começamos então um voo picado em direcção à Azenha do Agudinho, sobrevoando uma vasta área desvastada pelos incêndios do ano passado, transformando por completo a paisagem, em tons de cinza. Triste fado o nosso…
Já na zona da Azenha, novo voo rasante primeiro ao areão da praia e depois à água da ribeira, com muita dificuldade em manter os trens dianteiro e traseiro em contacto com o solo – seixos muito rolantes e escorregadios que por aqui continuam a abundar, desde que lá estivemos em Janeiro deste ano (ver aqui) - não facilitaram nada tarefa e deram direito a molhar a meia.
Faltava agora vencer o "caroço" que nos levaria à Taberna Seca, pelo que o airspeed indicator ia diminuindo á medida que o climb era vencido. Cá em cima a vista era singularmente soberba!
A entrada na Taberna Seca fez-se por outro local, igualmente bem proporcionado a voos rasantes, tal era o nível de estabilização dado pelo inclinómetro. A aldeia parecia quase fantasma, quase sem vivalma, talvez devido á proximidade da hora do almoço.
A entrada em CBranco fez-se pela barragem da Talagueira, um lençol de água bonito agora bem contrastado pelo tamanho do Allegro que inunda a paisagem. A aterragem final fez-se á Hora Zulu 1250 TMG, num café junto à Iperdel do João, onde umas sagrespam pretas congratularam o capitão de voo por este belo circuito aeronáutico, daqueles de encher bem o olho. Excelente viagem! Ao longo de 65 km o prazer de pedalar, a surpresa e a descoberta da natureza foram uma constante! O que se pode pedir mais numa viagem transcontinental?!....
Amigo João este foi 5 estrelas. Álvaro obrigado pela companhia. Trekinha vê lá voas melhor da próxima!
Até à próxima!
Até à próxima!
FMike :-)
4 comentários:
Por breves instantes pensei que me tinha enganado na leitura deste post!!!Dominas por completo a linguagem aérea, mas ainda bem que não tives-te que lançar um "MAY-DAY",, se não só do Paul para cá. Belas fotos
Abraço
Pinto Infante
Excelente post sim senhor ! quem " fala " assim não é gago. Obrigado pela tua companhia e boa disposição.
P.S. Subsistui o nome de Carroqueiro por Carapetosa! e as melhoras para o joelho.
Eh pá ganda gafe! E eu que conheço tão bem a Carapetosa. O Carroqueiro é um bocadito mais longe...ehehehe Vou já emendar!
Obg João
Dizem estes mânfios que andaram em lides aeronáuticos... e eu eu é que subia paredes na ordem dos 1000e muitos metros de altura acima do nível do mar!... lá para oslados do Paúl!
Excelente Post... digno da marca (resgistada) BTTHAL!
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