quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Pedalar até ao Centro do Mundo!

Boas a todos!

Já lá vão uns anitos quando me foi dado a ler as aventuras de Julio Verne, mais propriamente o título Viagem ao Centro da Terra. E tal como qualquer juvenil sonhador, também eu sonhei que um dia iria até ao centro do mundo, acompanhado de bons amigos e viver aventuras sem igual.

Aceitando mais um desafio em duas rodas decidimos hoje, uma vulgar terça-feira de BTT, fazer uma voltinha semelhante, uma viagem ao centro do mundo... mas pedalando! Confuso? Talvez não...

Tal qual a aventura do Julio Verne, também hoje se juntou uma equipa de aventureiros para tal jornada - AC, Filipe, JValente e eu (FMike). 08 horas e lá estavamos todos no famoso Pires Marques prontinhos da silva para mais um excelente dia de BTT. Não eramos geólogos nem alquimistas como na ficção mas sabemos ultrapassar paredes de pedra ou fazer a nossa magia em cima de duas rodas... ó se sabemos!...

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O desafio era chegar ao centro do mundo. Para tal tinhamos que abandonar o mundo civilizado - CBranco e embrenharmo-nos nesse mundo desconhecido, saindo não pela Islândia (como na ficção) mas sim pela Tapada das Figueiras em direcção ao vale da Sra de Valverde com os azimutes apontados ao Freixial. Como sabiamos que ia ser uma árdua jornada, cheia de perigos e peripécias optamos por fazer aqui o primeiro abastecimento, a cargo do simpático café Amazonas e do seu amável dono. Como sabia da dureza da aventura, antes da partida carreguei na minha mochila uma caseira Bica de Massa Farinheira confeccionada durante o fim de semana, em resultado da matação de mais um bácoro que habitava a pocilga da minha quinta. Tal petisco soube a pouco a acompanhar o cimbalino fumegante, fornecendo assim verdadeiras e puras energias suino-lipidicas capazes de fazer pedalar qualquer aventureiro ao centro do mundo!

Saímos então dali em direcção ao Vale Sando, conscientes dos riscos que poderiamos correr naquela zona, que segundo os ex-doridos Filipe e AC era habitada por Abelhas Picadoras, capazes de ferroar qualquer incauto aventureiro bttista. Mas nem sinal desses incomodativos insectos... por ali o que grassava mesmo era o muito frio, a muita geada, o gelo nas charcas, lama qb e claro zonas de molhar a meia.... grrr!

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Ultrapassadas as subidas que por ali abundam aproximamo-nos então do centro do mundo. Ora tal sítio não está devidamente cartografado e tal como os aventureiros do Julio Verne, entramos num mundo interior cheio de trilhos que não conheciamos, oceanos que tinhamos que atravessar (eram mais ribeiras geladas pouco convidativas ao banho do pezinho), paisagens alígenas provocadas pelo corte dos eucaliptos e um GPS que não colaborava, até que o sentido de orientação do aventureiro mais calejado (AC) nos levou a bom porto - o verdadeiro centro do mundo - o Barbaído!

Ah pois é... O Barbaído é o centro do mundo! E tal como na ficção esta pacata terreola dista muitos milhares de quilómetros do mundo civilizado (xiii... que exagerados...), é pouco habitado (poxa... não se via ninguém nas ruas...) por pessoas desconhecidas (mas que depressa se deram ao conhecimento...) e é algo primitivo (estavamos a ver que não havia um café para beberricarmos umas sagrespam...). Bem... Também não era tanto assim!... eheheheheh

É verdade que custou até encontrarmos uma alma caridosa que nos indicasse o sítio do café, que também demoramos a encontrar, pois estava bem dissimulado numa típica casa daquela zona. Lá chegados deparamo-nos com uma verdadeira tasca do antigamente, com balcão de mármore bem branquinho, copos de três, lava-loiça de pedra, (ai se a ASAE aparece...) ligada a uma lojinha daquelas onde se pode comprar de tudo desde velas, ao pitróleo e que até tinha uns sacos de broas, que prontamente adquirimos para acompanhar as sagrespam. A dona, muito simpática, compunha o ramalhete, fazendo-nos sorrir com os seus ditos e perguntas, pois estavamos mesmo no Portugal profundo, aquele que vai desaparecendo pouco a pouco...

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Bem o objectivo estava conseguido! Fomos mesmo ao centro do mundo! Mas agora tinhamos que voltar para casa para podermos relatar as nossas aventuras tal qual os aventureiros do Julio Verne. Saímos dali novamente em direcção ao Vale Sando, fazendo agora o retorno pelo Juncal do Campo e as suas malfadadas ruas típicas a subir!... Ufa! Já pesava a bike nas pernas... Dali apontamos o nariz para Caféde, onde fizemos alguns trilhos junto à zona das hortas, uma zona muito bonita, mesmo antes fazermos mais umas ruas tipicas... A subir!...

Ao longe já havia indícios do mundo civilizado... brilhavam ao sol do meio dia algumas casas de Alcains, onde chegamos depois de fazermos a passagem do Ocreza nas Rabaças, um local sempre encantador. Passamos então pela zona das Escolas, contornado a pedreira que coabita com a capela de Santa Apolónia. Como o almoço já cheirava a pronto o amigo AC acelerou ainda mais o passo (ia cá com uma guita!...) e chegamos num instante ao mundo civilizado (!!!) saíndo não no Vulcão Stromboli a uma distância de 5000 km mas sim em Castelo Branco, com uns modestos 70 km percorridos a um bom ritmo. Quem diria que o centro do mundo é aqui tão perto...
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Fiquem bem! Bom Carnaval para todos!

Redacção: FMike :-)

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