terça-feira, 29 de janeiro de 2008

80 Km de Puro Prazer...

Boas a todos!

Apesar de ser Domingo, um dia santo devotado ao descanso, há sempre por aí umas almas ardilosas capazes de nos desafiar para testarmos os nossos limites e claro está lançar para detrás das costas a manhã na cama, a sesta no sofá e o filme da tarde com as pantufas enfiadas. Hoje seria um dia desses. E ainda bem! Dou-me mal com essas preguicites... eheheheh!

Desde há muito que havia no ar o desafio de fazermos um Raid de BTT até à pacata aldeia de Monforte da Beira, sobejamente por mim conhecida na minha infância e em relação à qual tenho ainda raízes familiares. Contudo as contigências da vida ainda não tinham sido permissivas para a consecução de tal aventura. Mas sabia que mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria... e chegou!

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Desafiado pelo amigo AC para lhe fazer companhia neste belo raid, aceitei, apesar de ter ainda alguns receios com a minha condição física, depauperada com as lesões que teimam em não me deixar e de fazer noite no INEM que acarretava ainda mais algum cansaço, passível de impedir o meu alinhamento. Contudo o dia despontou bonito, a noite foi calma em termos de serviço e eu sentia-me bem!

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Chegado à Pires Marques, um bocadito atrasado porque ainda tive que trocar de fatiota, constatei que havia mais corajosos em palco, desejosos de calcorrear aqueles belos trilhos - AC, Marcelo, Fidalgo, Agnelo, Jorge, Nuno e eu (FMike).

Guiados pelo amigo AC e o seu inseparável GPS, iniciamos a aventura um bocado ao contrário do que esperava... saímos pelo frigorífico, viramos ali prós lados da Feiteira em direcção à Sra de Mércoles, com direito a molharmos logo ali os pezinhos e a enlamearmo-nos condignamente, como que a preparar-nos para a dureza da prova, camuflando-nos como soldados de infantaria do BTT... eheheheh

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Passada a Rebouça enfiamo-nos então nos trilhos com descidas e subidas alucinantes que nos levaram até ao vale do Pônsul onde avistamos os primeiros sinais de estarmos em plena comunhão com a natureza - mesmo à nossa frente, 3 belas fêmeas de veado, saltaram o caminho e, sem grandes pressas, subiram o monte sobranceiro, algo curiosas com o inusitado movimento que a nossa passagem provocou.

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Chegados ao Pônsul pelo lado do Monte da Ponte, atravessamos a velha ponte, virando à esquerda em direcção, não ao trilho do vale que eu pensava que seguiriamos, mas sim à subida que nos levou até bem perto do Monte das Flores, que alcançamos após alguns metros de asfalto, ladeando uma bonita manada de vacas que devia de ter algumas centenas de cabeças, separadas de nós pela protectora rede.

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Já aí entramos nuns trilhos que serpenteavam por entre um bonito sobreiral, que nos levaram até bem perto de um Monte (Grifo), alcançando pouco depois a estrada que leva a Malpica do Tejo. Aí cortamos para entrar em novos trilhos bem exigentes, já em direcção ao vale do Cancho da Mentira, local onde abundam as hortas mais verdejantes de Monforte. Contudo para chegarmos a Monforte havia que vencer a colina que origina este vale, e aí o amigo AC surpreendeu-me.

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Pensando eu que iriamos subir pelo estradão que dá acesso ao Tejo Internacional, fintou-me e levou-nos para uma subida espectacular, que segundo ouvi ao Agnelo, passamos de 200 m para quase 400 m de altitude em pouco mais de um quilómetro. Até aí tudo bem, não fosse ser um piso extremamente técnico, cheio de pedras roliças, afiladas e húmidas, alternadas com espaços cheios de erva e folhas bem escorregadias, que tornavam a pedalada quase num exercicio de derrapagem e desiquilibrio constante, bem martirizante. O saldo final pautou-se com somente as três Trek's a conseguirem vencer este desafio. Estas meninas têm mesmo qualidade... nunca na vida conseguiria fazer este trilho com a minha anterior talega!

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Chegados ao café do meu amigo Tó, filho do Ti Joaquim Padeiro que dá o nome ao estabelecimento, matamos então as dores que nos açoitavam, com o já famoso remédio Sagrespam, acompanhado pelas tradicionais barritas, sandochas, ou como no caso do Fidalgo pelo pão de quilo que com ele trazia, não fosse a fome grassar... ehehehehe

Houve ainda umas tentativas goradas de conseguirem convencer o homem da carrinha que estava a arranjar a máquina do café, para dar umas boleias, mas ele a rir, lá se fez de difícil e o remédio foi mesmo pedalar para regressar a casa.

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Saímos então da aldeia pela Serra de Monforte, donde no alto pudemos avistar uma vista fantástica de todo o vale do Ponsûl e ao longe a brilhar no sol do meio dia a nossa bonita cidade. Fizemos então alguns trilhos por entre muitas cancelas fechadas e bastantes varas de porcos pretos, com crescentes suspiros do Marcelo por uns belos secretos de porco preto grelhados... como eu o entendia... também já comia! Ainda antes de chegarmos ao vale, tivemos mais um momento hilariante com o enfrentamento de uma manada de vacas pachorrentamente estacionadas no nosso trilho... Toda a malta chegou e parou hesitante... mas o Agnelo a mostrar que até para isto é preciso calo, lá se fez ao trilho e com um movimento singular de mãos, pôs toda a manada a pastar para outras bandas, provocando em muitos de nós um sorriso de reconhecimento.

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Avizinhavam-se então as derradeiras subidas para chegarmos a CBranco. Para tomarmos coragem lá fizemos mais uma paragem na Ti Amélia, para nos refrescar as gargantas sequiosas. Iniciamos então a subida pelo lado esquerdo da estrada, um parede menos inclinada que serpenteia em torno da estrada dos Enfestos, passando bem perto do Aterro de RIB's. Aí pela contigência da hora que me exigia estar em casa para a Maria poder ir trabalhar e eu ficar a tomar conta dos pirralhos, abandonei a malta que ainda se degladiava com a subida (um gesto que me deixou algo amargo e triste) e em passo muito acelerado lá cheguei a casa, contornado o Monte de S. Martinho, com uma bonita soma de 80 km de puro e duro BTT, conforme a altimetria gentilmente cedida pelo amigo AC poderá elucidar.
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Bem, isto é tudo muito bonito, mas verdadeiramente o que fica mais profundamente registado? Primeiro sabermos que temos bons companheiros para fazermos agradáveis incursões nestes belos trilhos que serpenteiam pela nossa Beira Baixa. Depois ficam os bons momentos de alegre reinaria e os momentos de incentivo a quem ultrapassou os seus limites - conforme me disseram directamente, o Fidalgo e o Marcelo bateram os seus recordes pessoais - Parabéns! Por fim o meu obrigado a todos os que lado a lado confraternizaram comigo, pois são estes momentos que mais tarde podemos recordar aos nossos filhos e netos - " No tempo em que as bicicletas não tinham motor...". Para acabar mesmo - Obrigado amigo AC pelo desafio!

Fiquem com as poucas fotos que tirei, algumas das quais cedidas pelo AC. Para mais detalhes com fotos bem mais elucidativas aconselho a visita do blog do AC, Nuno Diaz e claro da fabulosa página da net do amigo Agnelo, cujos os endereços estão publicitados na barra lateral deste blog.

Até breve!

FMike


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