terça-feira, 24 de setembro de 2013

Por Terras do Demo >Dia 1 - 8ª Etapa

Boas a todos!

Diz-se que por aquelas bandas não passou nem El-Rei nem Deus... apenas o Demónio! A verdade seja dita. Podem ser as Terras do Demo, mas são plenas de paisagens deslumbrantes, ideais para encher o olho a quem gosta de trilhos fantásticos, singles, cultura e património, sempre com boas e calorosas gentes.


Mais um fim de semana, passado de forma diferente, a caminhar rumo a Santiago. Mais uma vez tive a oportunidade de acompanhar a Confraria dos Caminhos, em mais uma jornada bietápica, desta vez pelas Terras do Demo. Há algum tempo atrás tínhamos cumprido as etapas Vila Cortês-Trancoso e Trancoso-Ponte do Abade. Desta vez esperava-nos Ponte do Abade-Sernancelhe-Moimenta e Moimenta-Lamego.


No sábado o dia começou cedo, muito cedo, com saída de CBranco pelas 04 da matina e 22 graus de temperatura. Iniciamos a caminhada na Ponte do Abade às 06:25h com uns singelos 7 graus. Terras do Demo até nos extremos de temperatura!!! Irra que tava frio para andar de manguinha curta! :-)


Nestes primeiros quilómetros iniciamos com uma subida harmoniosa até Sernancelhe, num percurso com alguns trechos comuns à Rota dos Castanheiros, um PR da zona. A paisagem apesar da hora matutina é simplesmente fantástica, pela imponência e número de castanheiros aqui presentes. Um dos exemplares media em termos de circunferência a "módica" quantia de 8 pessoas de braços abertos!


Lá longe, a vila de Sernancelhe brilhava ao nascer do sol. Quando lá chegamos rapidamente apaixonou os presentes, apreciadores, amadores de fotografia e sketch... Fantástica, cheia de recantos antigos. Há de tudo... inúmeras casas antigas, bem estimadas, uma austera e belíssima igreja românica do séc. XII, solares... Esta terra tem tudo para merecer uma futura e demorada visita! Como não podia deixar de ser, lá fizemos mais uma foto de grupo em boa animação!


Em plano descendente trilhamos alguns caminhos que aqui e ali começavam a mostrar uma forte tendência para a cultura da maçã, uma constante neste dois dias. Aproximamo-nos de Vila da Ponte, dominada pela colina da Nª Sr.ª das Necessidades, com o rio Távora ali aos seus pés. Uma bonita vila onde aproveitamos para degustar um lauto pequeno almoço, onde cada um partilhou as suas iguarias que trazia consigo desde CBranco, sempre bem regadas com alguns néctares vinícolas! Tudo isto com as margens do Távora aqui represado pela Barragem do Vilar, permitindo termos uma paisagem de rio, muito tranquila aquela hora


Repostas as energias continuamos agora novamente em pendente ascendente até bem perto da capela da Nª Sr.ª das Necessidades, iniciando nova descida até à EN 226, estrada que partilhamos alguns quilómetros, entrecortada com a paisagem da barragem do Vilar ali mesmo ao lado e as colinas cheias de eólicas a brilhar ao longe.



Ao longo destes quilómetros fomos sendo brindados com o imenso património destas aldeias e vilas, algumas com toponímia engraçada como o são os Prados de Cima e Prados de Baixo, Penso e A-dos-Barros. Em Prados de Baixo tivemos direito a tocar o sino e tudo!!! Consta que o povo não chegou a vir á rua ver quem eram os "arruaceiros"! :-)


Em Vila Rua, a Vivenda Coelho ali paredes meias com um pelourinho fantástico, fez as delicias dos presentes. Uma verdadeira casa portuguesa! Fotos e mais fotos! A partir de aqui abandonamos a EN226 e tornamos a entrar nos trilhos, agora em direção a Vide e Granja dos Oleiros, sempre com alguma pendente ascendente, que associada ao muito calor que se fazia sentir, começava a "abrasar-nos" a alma.... Terras do Demo!!!


O que vale é que por aqui nao faltam pontos de água, sejam eles de a´gua tipo "água" ou tipo "cevada". Umas e outras conseguiram arrefecer os "radiadores"! Mas a subida não ficava por aqui. Antes de Moimenta ainda passamos por Arcozelo da Torre e Arcozelo do Cabo, pacatas aldeias, separadas por vastas zonas de cultura da maçã, capazes de fazer as delicias dos mais exigentes. São mesmo terras do Demo, pois aquelas maçãs são mesmo uma tentação! Contudo, tal como no pecado original, tudo o que é demais também chateia... não me falem em maçãs nos proximos 2 meses!!!


A chegada a Moimenta fez-se perto das 14.30, com cerca de 28 km andados e perto de 500 m de acumulado. O calor era tanto que na primeira esplanada junto à biblioteca, abancamos e começamos a "despejar" "loirinhas" tais eram as securas da malta! Um percurso fisicamente exigente, mas perfeitamente caminhável e ciclável. Bonito! Eu recomendo!!!


Moimenta estava em festa, com a Expo Demo, direcionada para a promoção da maçã, o produto de eleição da região. Ora isto é sinónimo de festa! Ao mesmo tempo desenrolavam-se os preparativos para receber a TVI em mais um programa de domingo, daqueles de fazer agitar a "populaça". Isto acabou por ditar a nossa "recolha" numa residencial em Vila Rua, ali distante uns 8 km, o unico sitio livre para nos acolher nestes dias. Sem problemas. O espaço era calmo e agradável, com os seus donos a revelarem uma boa simpatia, apesar da modestia da casa. Acabamos por fazer aqui um almoço alancharado numa calma esplanada da residencial, seguido de descanso e conversa, sempre em boa  e animada algazarra.


À noite fomos espreitar Moimenta, aproveitando a boa animação nas tasquinhas da feira para degustar uma sopa da pedra, grelhados e "mines"! Ali ao lado, num palco improvisado, a boa musica de um grupo de concertinas, fez soltar os mais recatados, acompanhando o ritmo da música com palmas e batuque. Contudo, o dia seguinte iria começar ás  6h da matina, logo aconselhava descanso e recuperação, levando a malta a recolher-se ainda antes das 23 h. Lamego esperava por nós e ninguém queria chegar lá "remeloso"!!!



Em breve, reportagem da 9ª Etapa.

FMike :-)

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