terça-feira, 4 de setembro de 2012

Fátima 2012 - Mais um ano!

Boas a todos!

Pela 6 ª vez, 5ª por estrada, cumpri a minha peregrinação anual a Fátima em bicicleta, uma daquelas "teimosias" que sem ser uma promessa, passou já a ser uma tradição pessoal, que adoptei, desde a minha primeira ida no ano de 2008 na boa companhia do AC, Álvaro e Marco.



Alguns anos se passaram, estamos todos mais velhos, as exigências do dia-a-dia já são outras, mas nem por isso, aquela vontade de aventura, nem que seja uma aventura "conhecida", deixa de surgir e inquietar a alma para aliar o prazer de pedalar distancias com bons amigos e a vontade de manter algumas tradições.


A tradição por força das circunstâncias acabou por ser cumprida um pouco mais tarde! Ou era agora ou este ano já não iria conseguir, com consequente "falta a vermelho" na "caderneta de peregrino"! E isso não pode acontecer! :-)


Como não fui em Maio, este ano acabou por ser diferente em alguns aspectos. Primeiro o tempo.Todas as vezes que fui, a chuvinha sempre deu um ar da sua graça, ficando para a memória o autêntico dilúvio que sentimos na pele em 2010 (eu, AC e o Filipe), que nos molhou o corpinho até ao tutano para conseguirmos lá chegar... mas chegamos!
 
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Este foi o primeiro ano em que o sol brilhou toda a viagem. Ás vezes até brilhou de mais, tal foi o calor que apanhamos, que sempre faz mossa, sobretudo nos kms finais, rolados na hora em que o sol estava no zénite! Abrasador!
 
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Depois a altura do ano. Como vamos sempre antes do 13 de Maio é vulgar encontrarmos inúmeros peregrinos ao longo de todo o percurso, seja ele qual for. Caminhos da fé que levam muita gente a fazer a pé centenas de kms para ver a santa...
 
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Este ano nem vivalma! Apenas um "curtido" veiculo motriz movido a palha (leia-se burro), pintalgado de vermelho, carregado de simbolos do glorioso (SLB para os distraidos!), conduzido por um simpatico velhote, igualmente bem vestido com uma camisola do Benfica. Nem mais ninguém... Já o santuário fervilhava de vida, com um número pouco habitual de peregrinos a ocupar tudo quanto era espaços em redor do santuário!
 
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Por fim, os meus companheiros de pedalada. Como ia somente nesta altura do ano, alguns amigos já tinham cumprido a sua própria tradição e até já estava conformado com a ideia que se calhar ia ter de ir sozinho até Fátima... Mas não. Bastou lançar o desafio e logo alguns amigos dos que se juntam no Modelo disseram "presente"! E eu logo todo contente, pois passava a ter companhia para fazer uma viagem tranquila até Fátima.
 
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Assim, no domingo dia 2 de Setembro, pelas 06:30, alinharam comigo no intuito de chegar a Fátima por estrada, 8 companheiros movidos a pedal: Eu (FMike), Fernando Caraibas, Monteiro, João Salavessa, Marco e os estreantes Vasco Soares, Alfredo e a Tê. O Pedro Roxo, que estava desejoso de nos acompanhar, acabou por "ficar em terra" por falta de transporte para regressar á cidade. Ficou prometida a sua presença no futuro!
 
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Contava-mos ainda com o apoio desde o local de saida e ao longo de todo o percurso até Fátima, do incansável Joaquim Cabarrão, que levando a minha carripana, nos seguiu ao longo de quilómetros, ajudando nos abastecimentos e hidratações, dando alento e incentivo a quem precisava, ao nivel de quem ja andou nestas andanças e sabe o quanto custa lá chegar.
 
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Tivemos pena que não nos acompanhasse em duas rodas, mas tenho a minha esperança que seja apenas uma fase que irá ser bem resolvida, pois faz falta no pelotão, a sua companhia a pedalar! Obrigado!
 
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Igualmente a carrinha da Tê, que iria trazer algumas bikes, foi conduzida pela Nádia até Fátima, e a quem aqui também deixo o meu obrigado, pela sua jovialidade e boa companhia.
 
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Dos 3 percursos que conheço de CBranco a Fátima, a malta acabou por escolher o mais longo mas que terá (supostamente) menor dificuldade, ou seja via Torres Novas. O percurso passa por algumas subidas importantes, sobretudo no inicio e no fim, mas com muito boas zonas rolantes, que permitem um avançar rápido em direcção ao objetivo.
 
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Não era esse o espirito, até porque havia a malta que se estreava nesta quilometragem e o objetivo era mesmo lá chegar, toda a gente e em boas condições e isso foi conseguido. Se demoramos mais ou menos, isso não me interessa, pois verdadeiramente foi bom regressar ás grandes aventuras, que sempre cultivei neste espirito.
 
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O Sol começou a nascer logo á saida de CBranco, mas seria em VVRodão que mostraria o seu esplendor matinal sobre o rio, numa zona onde nos esperava as primeiras subidas até ao cimo das Talhadas e depois até Nisa. Cada um a seu ritmo, sem grandes oscilações, lá vencemos estas "empenas", pois em Nisa esperava-nos o primeiro café do dia e um episodio engraçado com os populares, curiosos com a presença da Tê no nosso pelotão.
 
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De Nisa até ao Gavião, maioritariamente plano permitiu-nos avançar um pouco mais rápido, andamento igualmente mantido depois desta subida, já em plena planicie virada a Abrantes. Desta vez não subimos pelo centro da cidade, preferindo ir "á volta" por Alferrarede, o que não invalida uma boa subida, embora menos inclinada.
 
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Logo a seguir, em Rio de Moinhos, numa altura em que o calor já apertava, fizemos o primeiro "real" abastecimento, com umas bebidas frescas e alguma comida à mistura, ao mesmo tempo que fotografavamos a curiosa engenhoca que o dono do café tinha para esvaziar os garrafões do tinto, diretamente nos copos! Fantástico!
 
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Sempre lado a lado com o Tejo, lá fomos fazendo os kms em direcção a Torres, passando por bonitas vilas e aldeias caracterisiticas desta zona - Barquinha, Tancos, Constância, que implantadas naquelas margens, emprestam á paisagem, uma beleza tipicamente portuguesa. Muito bonito!
 
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No Entroncamento, não apanhamos o comboio, mantendo o "nosso comboio" activo, pois Torres já estava perto e sabiamos que era nos derradeiros 25 km é que estavam as dificuldades finais, nomeadamente a subida da Serra Aires e Candeeiros, pela vertente das "Pegadas dos Dinossauros".
 
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Passada Torres e um breve abastecimento de liquidos, passamos Chancelaria, começando primeiro (mais ligeiro) e depois bem mais marcadamente, a subida até ao cruzamento de Ourém/Pegadas, onde atingimos o cimo da serra, já a pouco mais de 8 km de Fátima.
 
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A subida é agreste, até porque não tem nenhumas sombras, a vertente está toda virada ao sol e na realidade é aqui que o cansaço pode marcar pontos. Mas de lamúrias está o mundo cheio! Cada qual ao seu passo, uns mais certinhos que outros, lá chegaram ao cimo, mostrando que para tudo é preciso motivação e que não seria um "caroçito" que iria impedir a chegada ao santuário, numa altura que já "cheirava" a Fátima.

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E mesmo no cimo, já com Fátima ao longe e o medonho incendio de Ourém mesmo ao lado, paramos nas bombas da gasolina ali existentes e demos liberdade á alegria de termos chegado tão longe. Uma sensação óptima.
 
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Entramos no santuário já bem perto das 14 h, com perto de 7 horas de pedalada, para cumprir os 170 km do percurso. Mas mais "impressionante" que os números, foram sem dúvida os bons momentos que passamos juntos e sobretudo, o gostinho sentido por se ter cumprido, mais uma vez, a tradição.
 
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Esse gostinho que tive, terá sido bem mais pequenino, comparado com tenacidade, motivação e força de vontade em querer chegar, mostrada pelos estreantes Alfredo e Vasco, mas sobretudo pela Tê, que mais uma vez demonstrou, que ser-se mulher, não é, nem nunca será, uma limitação para o que quer que seja. Como eu lhe disse, o céu é o nosso limite! Conto contigo e com todos, para outras aventuras que de certeza irão acontecer no futuro. Parabéns a todos e nunca é demais, obrigado por me terem feito companhia!
 
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FMike :-)

Todas as fotos, incluindo as do Vasco que gentilmente me cedeu, podem ser vistas aqui:
http://www.flickr.com/photos/fmicaelo/sets/72157631401654550/  ou clicando no slideshow:
 

4 comentários:

João Afonso disse...

São estes os dias que mais tempo perduram na nossa memória. Apesar de difícil torna-se fácil ! quando existe espírito de entreajuda e boa camaradagem com todos. Parabéns e 1 abraÇo a todos.

Anónimo disse...

Felizes, acredito... mas o ar de cansaço ainda vos ganha! Bem me dizia o meu pai (João Salavessa) em dias de noitada. "Para onde vais filha? - PARA A FESTA :D "De onde vens filha?" - Da festa...:(
Parabéns por mais uma viagem :)

disse...

Olá FMike,

Desde já agradeço os comentários.
Agradeço também o convite para participar nesta aventura. Depois de um mês parada, tive três semanas para me pôr em forma. Ufa! Que trabalheira!
Gostei muito da "peregrinação", onde a união e sintonia do grupo foi uma mais-valia.
Espero voltar a fazer uma maluqueira destas, e que o Sr. Joaquim venha sofrer conosco, porque isto de andar a distribuir águinhas não é para ele.

Beijinhos.

Anónimo disse...

Parabéns por mais uma peregrinação concluída!
Espero para o ano tb poder participar.

Um abraço