quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sinfonia da Areia!

... "e foi lá, naquele vale imenso, onde as brumas do nevoeiro abraçam languidamente as copas das árvores, e o sol madrugador afasta lentamente as penumbras da noite escura e fria"... (anónimo)Hoje comparecemos para pedalar o JValente, o Filipe, o Álvaro e eu (FMike). Por razões familiares, não tivemos a costumeira e agraciada presença do amigo AC, para o qual deixamos, em nome de nós todos, um sentido abraço para essas horas mais dificéis.

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Malta habituada ao cranck, depressa chegamos a um consenso quanto à escolha dos trilhos. Como tinhamos que ir até à Ponte Velha do Pônsul fazer uma manutenção periódica a uma das nossas caches BTTHAL - Rio Pônsul, propusemos aos demais, darmos uma volta por aqueles lados, com subida aos Lentiscais para o costumado café, sugestão prontamente aceite.

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Como vem sendo hábito lá fizemos a nossa fotografia de conjunto, mais uma vez hoje a inovar no local - um banquinho ali ao sol, estava mesmo a convidar para nos sentarmos, e lá saiu mais um bom momento para recordar. Saimos dali então em direcção aos singles da Carapalha para entrarmos nos trilhos ali bem perto da base do Monte de S. Martinho, que circundamos para enveredar em direcção ao Forninho do Bispo, seguindo-se o monte do marco geodésico, bem conhecido de quem o subiu na última Maratona de CBranco, pelas piores circunstâncias - é um subir que nunca mais acaba! É arfar até mais não! Mas hoje era a descer!

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Mas a tónica de hoje, e no seguimento do anterior sábado, continuavam a ser as más condições dos trilhos - terreno pesado, muito enlameado, começou cedo a fazer das suas. Apesar destes primeiros trilhos serem sobretudo vocacionados para as descidas adrenalínicas, a muita lama e água empoçada depressa se imiscuiu em tudo o que mexia - sapatinhos, calcinhas, sacos de água, óculos - depressa ficaram bem salpicados. Até ai tudo bem... a água encarregar-se-á de lavar. O pior foi o rápido acumular de areias e lama nas transmissões - uma sinfonia de "britagem" de areia nos dentes de cassetes e pratos na corrente, depressa invadiu os nossos ouvidos... até doia ouvir aquele mastigar. Mas como era a descer!...

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Depressa chegamos ao Monte da Ponte, onde entramos na estrada até à Ponte Velha. Hora bastante matutina, não se vislumbrava vivalma por ali... nem pescadores, nem Ti Amélia... só nos fazia companhia uma bruma envolvente e fria, quebrada aqui e ali pelos raios envergonhados do sol nascente, proporcionado uma paisagem fotográfica, que só em determinados dias se pode registar e apreciar.

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Dois dedos de conversa e feita a devida manutenção da cache, lá iniciamos a subida até aos Lentiscais, onde a argila bem moldada pela água da chuva dos últimos dias, abundava, entranhando-se por todo o lado, dificultando a toada do pedal. Mais sinfonia da areia! Pouco a pouco lá começamos ao longe a ver as casas da aldeia, quando não... eh pá!... tou a ver bem?!... eh lá!... mas... mas... mas...

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Eh moço.... psssiiuuu... tás gago? Se não consegues falar, canta carago! O que foi?!... o que se passa?!... Bem ali à nossa frente uma (leram bem - UMA!) Mountain-Biker, trajada a rigor, sorria-nos placidamente, fazendo arrepiar os pêlos do céu da boca (temos pêlos aí?). Que visão...

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Pois... esqueci-me de dizer... a miuda da bike estava mesmo só estampada em calendário lá no café da Associação! Não queriam mais nada!... Assim uma moçoila sozinha, perdida nos trilhos à nossa espera... também não sei muito bem o que fariamos se a encontra-se-mos... ia todo o mundo já com a língua de fora desejosos de um cafezinho... ehehehehehehe... quando muito podiamos convida-la para um café, uma sandes a meias (a minha sandocha de hoje era XXL como as do Fidalgo! eheheheh) e claro boa companhia para dois dedos de conversa.

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À falta de melhor, estivemos em amena cavaqueira com algumas habitantes da aldeia e depois de alguns ajustes nos travões do JValente que iam a diminuir-lhe o ritmo de marcha, lá saímos dos Lentiscais em direcção a uns sobe-e-desce, plenos de lama e água, que nos levaram até à ponte nova, sempre com a sinfonia da areia a entrar bem nos nossos ouvidos. Haja transmissões! Depois de atravessarmos a ponte, entramos à esquerda novamente nos trilhos, naquela que é a subida menos agreste (a do aterro), que serpenteando, nos levou até ao Alto dos Enfestos. Que bonita vista se pode dali alcançar, agora com o sol já próximo do zénite e sem sinais de nevoeiro. Vale bem a pena pedalar para ter oportunidade de apreciar estas paisagens!

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Depois de atravessarmos a estrada enveredamos naqueles trilhos sinuosos pelo meio dos eucaliptos, com algumas descidas gostosas. E foi em alta vitesse, que depois de aterrar em cima de um pau de eucalipto, subitamente me senti impulsionado até bem perto da velocidade do som, pelo jacto de ar que saia do meu pneu (furado... ehehehehe)

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Um talho no rastro do meu pneu traseiro ditou logo ali a colocação de um taco para que se conseguisse estancar aquela fuga, CO2 para cima e já está. Em menos de um fósforo metemo-nos novamente a caminho, para sermos logo a seguir presenteados com a visão de três belas corsas que se atravessaram no nosso caminho, embrenhando-se rapidamente no muito mato que por ali abunda, nem dando tempo para fazer o gosto ao dedo com a digital. Depois de passarmos na base do S. Martinho, entramos em CBranco pelas Palmeiras, onde nos despedi-mos, já bem perto das 12 horas, com cerca de 45 km e bons momentos de confraternização.

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Cabe aqui também espaço para dar os parabéns ao meu amigo Álvaro, que hoje levou a sua mais recente aquisição, a bela Ibis Mojo em carbono, uma bike que nos entra no olho não só pela beleza como também pela sua pouco habitual configuração. Muitos e bons km em cima dela é o que te desejamos.

Até breve. Fiquem bem! Até domingo, no famoso Gaio do amigo RARN, lá prós lados do Palvarinho.

FMike

Bem não será esta a verdadeira sinfonia da areia... essa ficou mesmo só nos ouvidos de quem hoje apareceu para mais uma terça-feira de BTT. Esta frase será mais uma analogia do que nos foi dado a registar pela nossa visão. Mas já lá vamos.


3 comentários:

JValente disse...

É verdade…foi uma autêntica sinfonia da areia! Eu…no meu caso específico fui sempre em nota “Do”… era uma “dó” ouvir aquele mastigar da transmissão!EhEh!

Excelente volta!

No Domingo….vamos ver se o Gaio tem os trilhos mais limpinhos!!! E pode ser quea tal “Mountain Biker” feminina por lá apareça a mostrar os atributos…ao cimo de uma subida!!! EhEh!

JValente

JValente disse...

Por António Cabaço:

Podem considerar que apesar da “arenosidade” da v/volta, foi apesar de tudo, o v/dia de sorte, pois com a minha ausência livraram-se das boas!!!
Não deixem “amolecer esses rabinhos” porque a aventura da natureza selvagem ainda está de pé e continua a ser de classe “KUDURO”.
Tive pena de não vos acompanhar.
Belíssimas fotos e excelente camaradagem!!!

Um abraço
AC

JValente disse...

Por Abílio Fidalgo:

Quando a bela miragem for com voçês não se esqueçam de me avisar, eu vou nem que seje numa terça, falto ao trabalho. Afinal o que tinha para fazer na terça faço-o na quarta, o trabalho até nem azeda. As sandochas XXL pareçe que andam na moda.
Um abraço. Vêmo-nos na Rota do Gaio.

Fidalgo