Por quelhas, bredas e carreirinhos!

Boas a todos!

E eu que estive quase, quase, para não ir!... Era só disto que me lembrava enquanto pedalava nos singelos trilhos escolhidos pelo amigo Pinto Infante para dar corpo a esta reedição da Rota dos Lagartos! Teria perdido um dos melhores momentos de BTT aqui da zona, realizado nos últimos meses. Mas não perdi!

Nesta vida quase tudo é possivel de se realizar assim haja adequado planeamento e cedências de parte a parte. Foi o que fiz hoje para conseguir estar presente durante a manhã nesta bonita aventura, á tarde num evento familiar e á noite a trabalhar em prole da saude dos outros. Saiu-me do corpinho mas ficou todo o mundo feliz, sobretudo eu e sobretudo depois desta fantástica pedalada!

O Pinto Infante, amigo de longa data há muito nos habituou a irmos a eventos de qualidade planeados pela sua "mão sabedora", muitas das vezes com novidades e surpresas sempre apreciadas. E este dia 8 vai ficar novamente na memória por sua causa. Para além da novidade - uma rota "teleguiada por GPS", brilhou sobretudo foi a criteriosa e cuidada escolha posta por parte deste "conhecedor da matéria" em termos de trilhos a percorrer. Este "moço" deve ter um baú espectacular! Se ele o abre e saca de lá isto assim do pé para a mão, imagino o que por lá andará mais escondido! O que eu não dava para poder espreitar! Eeheheheh Soberbo!

Como o nosso titulo enaltece, esta foi uma rota que preveligiou uma perfeita comunhão entre bons estradões e algumas apreciadas subidas e descidas, com momentos de perfeito deleite na comunhão com a natureza, fazendo-nos pedalar por recantos simplesmente fantásticos em que saliento a zona do Casal e da Soalheira, com alguns singles fabulosos. Não imaginava que houvesse por ali assim uns recantos tão bonitos... E mais... Como é que este " magano" veio dar com isto? Quantas horas andou por aqui a "espiolhar" estas bredas?

Não fomos muitos, até porque era um fim-de-semana "complicado" com muitos motivos de diversão ciclista em várias paragens. Mas também penso que isso era uma meta desta reedição até porque se inaugurava uma maneira diferente de se fazer BTT, sem fitas nem cal, recorrendo-se ao GPS como guia. Em grupos agregados a um"guia" com GPS e intervalados para não corrermos o risco de nos perdermos todos, como se fossemos em "carneirada", lá partimos para os trilhos, cabendo-nos a nós o primeiro grupo a partir.

Apesar das minhas condicionantes em termos de tempo, encaramos esta participação como sempre o fazemos, em clima de desfrute, contemplação e puro deleite pelo pedalar. Não pedalamos muito... pedalamos acima de tudo com gosto. E foi o que fizemos mais uma vez, sempre com a boa da minha digital a fazer-nos companhia, juntamente com o GPS a indicar-nos o caminho, embora algumas vezes ficasse uma interrogação... "tens a certeza que é por ai?" E era!

Rapidamente como seria de esperar fomos "apanhados" por quem partiu depois de nós. Nada que nos importasse muito, até porque, na zona da Marateca, tivemos a possibilidade de fazermos a nossa boa acção diária e "ganhar o dia" como se costuma dizer. Bem presa numa aramada, uma ovelha balia em sofrimento com a pata presa nos arames, sem se conseguir soltar. Com jeitinho lá conseguimos soltá-la e meia coxa, lá seguiu o seu destino, á procura do restante rebanho.

Mas a Natureza é curiosa e grata. Logo a seguir brindou-nos com uma visão excepcional - mesmo á nossa frente, quase a tocar-nos nas rodas, inúmeros coelhos, alguns dos quais ainda novitos, atravessaram-se como que a brincar connosco... A Mãe Natureza com toda a sua simplicidade a agradecer-nos!... Assim fossem os humanos!

Adiante... O percurso previligiou na primeira parte uma visita em redor da Marateca, trilhos planos aqui e ali com singles bem escolhidos, sobretudo em redor da Póvoa, alguns dos quais já nossos conhecidos.

A lama acumulada e o calor que já se fazia sentir, convidavam e nós não nos fizemos rogados, nem mesmo com as poldras ali ao lado - bora lá ao banho, que a malta gosta disto!

Bem juntinho á barragem e antes da subida ao Casal, esperava-nos ao km 22 um lauto abastecimento, daqueles que faz "perigar" a continuação da pedalada, pois já havia quem quizesse por ali ficar nos comes e bebes que estavam excelentes, com particular destaque para a febra e o chouriçinho assados, o queijo de ovelha e aquele branquinho fresquinho que estava de estalo!

A subida para o Casal é dura e está em pior estado desde que a fizemos aqui há uns anos atrás durante um raid do amigo AC á Serra da Gardunha. Em conjunto com a malta do BTT Gardunha, lá fomos vencendo a altimetria, incluindo um bonito single pelo meio dos castanheiros, eis quando não somos surpreendidos com esta bonita paisagem da Marateca, outras vezes registada mas da qual nunca ninguém se cansa... bonita!

A partir daqui entramos numa pendente descendente, quase sempre pelas tais bredas, carreirinhos e algumas quelhas, dignas de serem visitadas... mais uma vez afirmo... como é que este "magano" veio aqui descobrir isto?!

Nem a muita erva fazia medo, nem a altura do socalco, pois se caissemos seria uma bela cambalhota... que lá é bonito, é!

Algumas destas bredas estavam marcas como parte de um PR, mas assim de bike também têm a sua beleza, pois além de cicláveis, estão muito bem "prendadas" para mostrar como é cá a nossa Beira!

O tempo urgia, mas temos de aprender a apreciar com calma aquilo que a Natureza nos dá, assim, gratuitamente. De que adianta passar por aqui a "200 á hora", se depois no fim não temos nada para recordar???

Mas ainda só a procissão ia no adro... a cada curva, a cada cortada, e ai estavam mais umas quantas surpresas... até este bonito e garboso equino se prontificou a umas festas de estranhos!

A paisagem, essa, continuava a encher o olho... e a digital! Cheguei ao fim com perto de 120 fotos... e não consigo apagar nenhuma delas! Aqui publico cerca de 70, mais coisa, menos coisa... esta panorâmica é uma delas!

Já bem na recta final fomos brindado por um autêntico quebra-cabeças no seio da Soalheira, mas que fizemos questão de percorrer na integra, sem atalhos nem trabalhos... se quem planeou fê-lo com gosto, para nós por cá passarmos e apreciarmos, logo... porque não? E valeram bem a pena. Ainda recentemente por aqui andamos a geocachar, mas não demos com nenhuma destas quelhas á medida quase certa do guiador!

Estavamos no fim e o tempo corria contra nós. Chegados á Lardosa, já depois das 13 horas foi só tempo de dar á lingua com a malta que ia chegando, toda ela no combito geral, bastante agradada dos trilhos, beber uma bjeca fresquinha e claro felicitar o Pinto por mais este sucesso!

Não ficamos para o banho nem para o almoço, com muita pena nossa, mas outros valores se impunham. Tenho a certeza que a tarde ficou por conta dos convivas, e que terá sido bem animada, pois pelos "foliões" presentes, alguns dos quais "já a deitar foguetes", a coisa ia ser "quente". E mais não digo!
Termino com um sincero e merecido agradecimento ao Pinto Infante e toda a organização por detrás, pelos bons momentos que nos proporcionou, ao reeditar esta Rota dos Lagartos. Amigo continua assim, igual a ti próprio! Cá estaremos de volta á Lardosa, as vezes que nos forem possiveis, seja de pasteleira, de BTT ou simplesmente sentados á mesa em redor de uma boa conversa e meia dúzia de mines.

FMike :-)