quarta-feira, 20 de outubro de 2010

VI Trilhos da Raia

Boas a todos!
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E ao terceiro domingo de Outubro, como que respondendo a um apelo maior, a “Catedral” encheu-se com 700 “fieis” vindos de todos os cantos do país!

Desenganem-se os nossos leitores se pensam ler aqui um relato ao estilo de peregrinação composteliana ou por terras de Fátima. Nada disso. Falamos mesmo de uma “catedral” na verdadeira acepção da palavra, falamos mesmo em 700 “fiéis”, que de ano para ano aumentam exponencialmente e falamos sem dúvida num dos domingos mais bem desfrutado do ano.

A “peregrinação” é recente, mas sem dúvida já bem marcante para os seus “fiéis”. No passado domingo dia 17 de Outubro foi cumprida mais uma edição dos Trilhos da Raia, a IV. De forma firme e segura, vai-se consolidando uma tradição, que não sendo milenar, já elevou o estatuto destas graníticas e ancestrais terras raianas, povoadas de gentes simples mas hospitaleiras, a Catedral do BTT, mostrando cada vez mais que o que é nacional é bom, mas o que é beirão é ainda melhor!
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Idanha-A-Nova e a ACIN estão de parabéns!A “catedral” encheu-se, e encheu-se bem rapidamente. Eu fui o primeiro inscrito, já no longínquo dia 19 de Julho e passado 3 dias já mais de 700 fiéis tinham dito “sim”, que iam estar presentes para palmilhar estes belíssimos trilhos.
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Mas qual a razão de tanto sucesso? Preço relativamente baixo? Um Jersey bonito, diferente de ano para ano? A qualidade mais que comprovada da sua organização? A beleza ímpar dos trilhos da Beira Interior?

É tudo isto, somado, multiplicado e elevado á décima potência, apresentando-se aos “fiéis” como um produto final de elevada qualidade. E se houver dúvidas basta, à simples distância de um click do rato, navegar pela Net fora, pelos mais diversos blogs, fóruns, portais e sites da especialidade e ler os enaltecimentos, elogios e louvores sucessivos a mais esta edição dos Trilhos da Raia. E são merecidos!

Para quem pensava que ia ser mais do mesmo enganou-se. Mais uma vez a ACIN soube inovar o que era modificável, sempre para melhor – os trilhos, e claro, mantendo aquilo que já é um seu ex-libris – organização impecável, marcações irrepreensíveis, apoio logístico nos locais ideais, banhos e almoço ao melhor nível e claro um brinde catita, que dá sempre jeito na hora de vestir para ir pedalar.

Desde a recepção, a entrega de dorsais, até ao encaminhamento dos atletas para o local de partida tudo correu sobre rodas, mostrando que as engrenagens organizativas estavam bem oleadas, partindo-se para os trilhos ás 09 horas, hora marcada, com um misto de cores e sons bem vivos, emoldurando bem o entusiasmo dos fiéis bttistas presentes.

Os trilhos mais uma vez estavam irrepreensíveis, quer nas marcações, fitas e sinalética de locais mais perigosos, com a constante presença de elementos da organização e autoridades, no apoio e cruzamento das aldeias e estradas, quer na qualidade dos caminhos escolhidos para esta VI edição.

Inicialmente rolantes, estes trilhos levaram-nos primariamente até ao paredão da Barragem M. Carmona em pendente descendente, deliciando-nos com a bonita paisagem de todo aquele lençol de água á luz matinal, iniciando-se depois em ligeira ascensão até Alcafozes, onde entramos por singles e passagens rurais bem catitas, que desembocaram no centro da aldeia, onde nos esperava um excelente abastecimento, com o povo a aplaudir calorosamente a passagem dos atletas.
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Depois de saboreadas algumas iguarias – empadas e pasteis divinais, os trilhos levaram-nos novamente por estradões ascendentes até ao alto da Gravalha, onde se iniciou um par de descidas rápidas até á bonita aldeia de Idanha-A-Velha, onde para além da animação da nossa passagem, estava a decorrer a Feira do Casqueiro, uma feira com animação medieval a enaltecer a qualidade do pão tradicional.
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Não provamos o pão mas a mesa do 2.º abastecimento estava bem provida para dar energia para a segunda parte do trajecto, pois aqui fazia-se a divisão entre os 45 e os 75 km, seguindo os primeiros para as proximidades da barragem, seguindo nós, os dos 75 km para o Carroqueiro e Monsanto que lá ao longe nos desafiava com a sua sobejamente conhecida calçada romana.


Entravamos agora numa sucessão de subidas e descidas, um pouco mais exigentes, aqui e ali brindadas com uns novos singles estupendos, sobretudo em redor da Ribeira do Amial, que nos fizeram abrir sorrisos de orelha a orelha – admiráveis!
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Atravessado o lugar de Maria Martins, onde mais uma vez a população nos brindou com calorosos aplausos, começava agora a parte mais exigente do trilho – a subida da calçada romana até ao centro da aldeia mais portuguesa de Portugal – Monsanto. Uns a pé, outros em esforço, aliando a técnica á capacidade física, foi com alegria que se chegava lá acima aos 700 m de altitude, com a paisagem a surgir como um merecido prémio depois de todo aquele esforço – simplesmente fantástica, inesquecível… nunca me canso de aqui subir e apreciar!

Agora era tempo de descer, primeiro pelas estreitas e graníticas ruas da aldeia e depois novamente pela oposta calçada romana em direcção á aldeia do Carroqueiro, onde mais uma vez foram postas á prova as capacidades técnicas, sempre, sempre com a adrenalina nos píncaros… soberbo!

Depois de mais um abastecimento na laje granítica que já foi a eira daquela aldeia seguíamos em direcção ao bonito lençol aquático que é a barragem, onde mais uma vez a paisagem se abriu perante os nossos olhos, com o sol do meio dia a reflectir-se no imenso lago, proporcionando uns momentos fantásticos. Seguiram-se alguns singles na zona do Rio Torto que culminaram com a arfante subida do Boom, já em asfalto, sucedendo-se depois alguns trilhos ascendentes na zona da Barragem dos Trigueiros.

A entrada na vila de Idanha foi mais uma bem-vinda inovação pois em ambiente urbano e para contrastar com as monótonas chegadas por alcatrão tão comuns noutras maratonas, tivemos direito a mais um bom par de singles e passagens ajardinadas, que fizeram as delicias dos verdadeiros apreciadores do BTT lúdico, sem dúvida o grosso dos fiéis aqui presentes…um exemplo a seguir!

À chegada um paddock animado pelo amigo Rui, um expert nestas coisas de pegar no micro e dar o mote da festa, iam-se perfilando os que completavam o trajecto, sendo notório a marca de satisfação de todos eles… estes Trilhos da Raia são mesmo fantásticos!

Seguiu-se um saboroso almoço em que o porco no espeto foi rei e senhor, muito bem apaladado e regado, sempre com o som de fundo de um grupo de cantares tradicionais a animar os convivas, porque sim, à mesa era tempo de continuar a camaradagem já trazida dos trilhos.

Em resumo – um domingo bem passado onde houve tempo para tudo – apreciar bons momentos de btt pelos soberbos trilhos da Raia, reforçar e construir novo laços de amizade, conviver em bom ambiente e apreciar em todo o seu esplendor, o património histórico, paisagístico e cultural da região, sem dúvida uma mais valia que só engrandece ainda mais toda esta organização. Mais uma vez a ACIN está de parabéns! Continuem…para o ano voltamos!
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FMike :-)


1 comentário:

JValente disse...

Os Trilhos da Raia... continuam raiando com tudo o que de bom tem estes eventos... e já vão na edição VI!!! Onde irá parar isto!?

ACIN... Parabéns por mais este grandioso hino ao BTT.

PS- Mike... acho que já encontraram a tua dentadura na calçada romana! Tal foi a terpideira!!!! Excelente Report!

João Valente